Vitória Duarte Wingert e Jander Fernandes Martins

 

DO UNIVERSO DOS QUADRINHOS A SALA DE AULA: MAFALDA À AULA DE HISTÓRIA

Introdução

As histórias em quadrinho fazem parte do universo infantil há alguns anos, normalmente as crianças são introduzidas a esse tipo de leitura, através dos gibis da Turma da Mônica de Maurício de Souza e até mesmo os mangás japoneses, e outros quadrinhos com temáticas infantis e juvenis, também permeando o cotidiano do aluno, pois são presentes nos livros didáticos de português, nas tiras publicadas em jornais, entre outros meios de divulgação em massa. Conforme os anos escolares vão passando a metodologia de ensino e os conteúdos vão mudando e o mundo das HQs, vai ficando relacionado apenas como passatempo ou divertimento, sendo desassociado do conhecimento escolar, principalmente nas disciplinas mais específicas, como no caso da História, pois dão lugar ao conteúdo mais teórico e específico das matérias.

Sendo assim, nesta pesquisa iremos propor o uso das tiras da personagem Mafalda, criada por Quino, como forma de estimular a reflexão dentro da aula de história, uma vez que o ensino com as histórias em quadrinhos justifica-se pelo fato deste material estar presente no cotidiano dos alunos. As HQs visam despertar a criatividade, provocar a sensibilidade, a sociabilidade, o senso crítico e a imaginação criadora, pois possui uma linguagem simples, curta e é apresentada em quadros coloridos. (OLIVEIRA, 2007). Além do mais, as HQs constituem um valioso meio de comunicação em massa no qual reflete questões relacionadas desde um simples cotidiano a valores morais, sociais, culturais e éticos, não restringindo-se apenas ao âmbito da comicidade, mas também configurando discursos do social, do político e do econômico.

A escolha pela personagem de Quino, Mafalda, se dá em primeiro lugar pela popularidade da mesma, todos conhecem ou já leram uma vez, as contestações dessa garotinha de seis anos, que detesta sopa e ama Beatles, e está sempre se questionando sobre a realidade em que vive. Em segundo lugar, a época de criação da personagem, nos anos 60 e todas as temáticas que Quino aborda na HQ, como Guerra do Vietnã, capitalismo, comunismo, direitos humanos, paz mundial, entre outros que retratam a época em que foram produzidos e que podem ser grandes aliados no ensino de História.

Em face ao exposto, elegeu-se como problema deste trabalho: como as histórias em quadrinhos de Mafalda podem auxiliar no ensino da disciplina de História? Uma vez que, entendemos que o conhecimento histórico não está restrito ao espaço acadêmico ou científico, e sim inserido nas mais diversas práticas sociais cotidianas, como na escola, nas vivências familiares, nas práticas religiosas, no conteúdo dos meios de comunicação, cinema e na literatura.

O objetivo geral deste trabalho se caracteriza em propiciar a reflexão sobre as possibilidades de uso das HQs da Mafalda como recurso didático nas aulas de História. Para esta proposta de pesquisa, foi utilizado como marco teórico-metodológico, a Análise de Conteúdo em Bardin (2004). Elegendo o levantamento bibliográfico como um dos instrumentos colaboradores para a realização da pesquisa por acreditar-se ser adequado neste processo investigativo, pois Gil (2008, p. 50) também corrobora com as afirmações dos autores anteriormente citados, visto a importância deste tipo de pesquisa independente de sua natureza.

Do mesmo modo, recorrer-se-á à “pesquisa descritiva”, levando em consideração os autores supracitados. Para Gil (2009, p. 28) este tipo de pesquisa “[...] têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento da relação entre variáveis”. A base metodológica utilizada para a realização deste trabalho está voltada inicialmente para uma revisão bibliográfica sobre o tema em pauta, histórias em quadrinho da Mafalda e o ensino de História, pesquisando sobre os fundamentos, métodos e propostas pedagógicas.

Esperamos que a presente pesquisa possa contribuir para a compreensão da importância da consolidação dos quadrinhos como material didático nas aulas de História, bem como seu uso de forma significativa em sala de aula. Proporcionando momentos de análises e reflexões de como as práticas educativas podem colaborar para uma aprendizagem significativa, objetivando com que o aluno compreenda melhor a realidade que o cerca e reconheça-se como sujeito histórico. Possibilitando a compreensão e ampliação de recursos que podem ser utilizados em sala de aula.

 

Os quadrinhos em sala de aula

Trabalhar histórias em quadrinhos no campo escolar é uma forma significativa e dinâmica para os incentivar a leitura, a escrita, criação, pesquisa,  e  dramatização  da vida (INÁCIO, 2003). A importância das histórias em quadrinhos nas escolas é tratada por Araújo, Costa e Costa (2008, p. 29) quando estes abordam que:

"Os quadrinhos podem ser utilizados na educação como instrumento para a prática educativa, porque neles podemos encontrar elementos composicionais que poderiam ser bastante úteis como meio de alfabetização e leitura saudável, sem falar na presença de técnicas artísticas como enquadramento, relação entre figura e fundo entre outras, que são importantes nas Artes Visuais e que poderiam se relacionar perfeitamente com a educação, induzindo os alunos que não sabem ler e escrever a aprenderem a ler e escrever a partir de imagens, ou seja, estavam se alfabetizando visualmente".

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) reafirmam a importância da escola na formação de indivíduos competentes para a sociedade: [...] é necessário que a escola garanta um conjunto de práticas planejadas com o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e construtiva‖ (BRASIL, 1997, p. 33). Mocellin (2009) destaca também no âmbito brasileiro os intelectuais ligados a Escola Nova, ou História Progressiva, estes buscavam a ruptura com o modo tradicional de ensino centrado no professor como único detentor de conhecimento, encontraram no cinema e nos meios de comunicação ferramentas para aproximar o conteúdo de sala de aula com a sociedade em que o aluno está inserido, porém estas medidas nunca foram implantadas na escola regular.

Vergueiro (2010), em suas pesquisas afirma que as HQs são válidos recursos metodológicos, que podem enriquecer a prática pedagógica, pois as auxiliam os alunos a ampliar a compreensão de conceitos e enriquecer vocabulário, obrigando-os a pensar na informação e contextualizá-la, tem caráter globalizador e também podem ser utilizadas em qualquer nível escolar.  Ainda segundo Vergueiro (2010), o professor ao selecionar o material a ser utilizado em sala de aula, deve levar em conta os objetivos, a temática, a linguagem e o desenvolvimento intelectual do aluno. De uma maneira geral, o importante desta seleção é considerar as características dos diversos ciclos escolares. É imprescindível, também, que o professor se familiarize com a linguagem deste meio, conhecendo seu devido valor, para conseguir aproveitá-lo em sua totalidade.

É importante destacar que sem o direcionamento correto das HQs em sala de aula, não haverá nenhum benefício pedagógico, na utilização destas, pois os alunos somente terão um olhar de entretenimento sobre o material. Neste sentido destaca-se o papel do docente como mediador entre o conteúdo didático e as HQs, pois um bom professor precisa utilizar-se de ideias inovadoras para construir o saber histórico, sendo “promotor da união entre a competência acadêmica (domínio dos saberes) e a competência pedagógica (domínio da transmissão do saber)” (SCHIMIDT, 2006, p 56), fazendo conexões do conteúdo com o cotidiano dos alunos e ter a “capacidade de estabelecer uma espécie de comunicação individual com seu aluno, levando-o a ter intimidade com o passado” (IDEM)

 

Os quadrinhos como fonte histórica

A partir da reestruturação da historiografia, com o advento da Escola dos Annales, a noção do que pode ser usada como fonte histórica ampliou-se, sendo assim  pensamos que a história em quadrinhos, possa ser enquadrada como uma fonte de pesquisa histórica, pois segundo Eisner; a história em quadrinhos é precursora da criação cinematográfica. Contudo, o mesmo autor critica a secundarização que, mesmo com a expressiva influência que os Comics estenderam para diversos tipos de público, ainda se revela com o número limitado de trabalhos sérios envolvendo-os (EISNER,1999). É um dado preocupante, pois acaba relegando alguns estudos ao campo amador, intenção esta que não seria muito rica para o mundo da arte sequencial. Além disto Gaiarsa aborda que : “Os acadêmicos dizem que os desenhos famosos das cavernas pré-históricas [...] que foram a primeira história em quadrinhos que já se fez, eram um ensaio de controlar magicamente o mundo‟. Ora . . . estes desenhos controlavam... a realidade e eram mágicos – sem mais.” (GAIARSA, 1970, p. 115).

A história em quadrinhos retrata a época em que foi produzida, bem como os pensamentos e paradigmas de uma determinada sociedade, assim como outros gêneros literários e o próprio cinema, segundo Barros (2010), não é possível a um autor se isolar de sua época e de outras épocas; à sua própria época ele é preso por um contexto que lhe impõe um tom; a todas as épocas ele está preso por uma rede de leituras pela qual se deixa capturar. Mesmo que resista a todas as influências autorais e se contraponha a todas elas – se tal fosse possível – neste caso ele também estará se deixando construir pelo contraste. Com esta complexidade poderemos perceber como, em relação à História Cultural, devemos estar preparados para nos municiar de múltiplas fontes, de modo a constituir uma série de conexões entre história e ficção, além da apropriação de conceitos da linguagem das HQ’s, para conseguirmos extrair mais informações e dialogar com este tipo de fonte.

 

Com Mafalda em sala de aula

Para falarmos sobre a personagem   Mafalda, precisamos também  conhecer seu criador, o cartunista  Joaquín Salvador Lavado, nascido no dia 17 de julho de 1932  na cidade de Mendoza, Argentina. Popularmente conhecido como Quino, recebeu o apelido desde pequeno para diferenciá-lo de seu tio Joaquín Tejón. Seus dois pais eram espanhóis de Andaluzia, mas ambos faleceram quando Quino ainda era criança.

Mafalda foi criada por Quino no ano de 1963, para uma campanha de publicidade de uma marca local de eletrodomésticos, e seu nome faz alusão a marca para atender um pedido publicitário de uma empresa de eletrodomésticos chamada Mansfield, com a especificação de que todos os personagens deveriam ter o nome começado com a letra “M”. Quino lembra-se de um filme chamado Dar la cara, baseado no romance de David Viñas, onde aparece um bebê chamado Mafalda, e acha esse nome simpático e expressivo, adotado-o para sua personagem principal. O cliente da marca, porém, recusa a ideia e Mafalda é arquivada, retornando apenas em  setembro 1964, no semanário argentino Primera Plana , a partir daí  continuou fazendo um enorme sucesso e até hoje continua sendo a história em quadrinhos latino-americana mais vendida do mundo. Em 1965, Mafalda começou a ser publicada no jornal El Mundo e posteriormente na revista Siete Días Ilustrados''. Por decisão de Quino, a última tirinha da Mafalda foi impressa em 25 de junho de 1973. (QUINO, 2010).

São várias as publicações de Mafalda em português do Brasil: os gibis “Mafalda” volumes 1 ao 10, o livro “Mafalda inédita”, o compilado de todas as tirinhas “Toda Mafalda”, entre outros. Em Portugal, o compilado foi lançado como “Toda a Mafalda” em comemoração aos seus 50 anos. Atualmente, as histórias da Mafalda também estão disponíveis em formato digital (em espanhol). (QUINO, 2010).

Mafalda é uma personagem, que retrata muito do contexto de sua criação, através dela percebemos  uma versão bem  irônica dos acontecimentos não somente da Argentina, país de origem do autor, mas também da própria América latina, no conhecido contexto histórico no qual as mãos de ferro dos governos ditatoriais dominavam o continente.

A expressão, como a fala da personagem, é bem significativa. Observemos sua amiga inseparável, a liberdade. Esteticamente ela é representada como uma personagem bem pequena, analogia óbvia nos tempos de ditadura, em que Mafalda era elaborada. Esta sutileza, e algumas vezes profunda ironia escancarada, traz-nos ricas análises através das tiras de Quino. Podemos observar o olhar do autor diante aos fatos históricos ocorridos em seu país e na própria América Latina e no mundo. Um exemplo disso transparece na tira a seguir:

 

Fonte: QUINO, 2010.

 

Note-se aqui o recurso usado por Quino, a ausência de fala (no 3° quadrinho), sugerindo sentido ao silêncio da garota que, no caso, remete o leitor ao grau de estupefação diante a apresentação da Liberdade. Nesse caso, o silêncio não é vazio (ORLANDI, 2007), mas carregado de sentidos. Para o quadrinho, a ausência do traço característico da expressão oral, circunstância o não dito como o silêncio que significa, deixando ao leitor o deleite de adivinhá-lo, no conjunto dos demais traços expressivos do rosto de Mafalda. Somente um gênero como as HQ, pode valer-se de um discurso com tal eloquência e singularidade.

São os quadrinhos fazendo com que a História continue exercendo o que FERRO (1983, p.12) chamaria de “uma dupla função, terapêutica e militante.” Nessas funções encontramos uma postura missionária, que exalta a magnificência de um passado glorioso e também a militância que denuncia e defende, apaixonadamente, um ponto de vista. Para Umberto Eco (1969 apud QUINO, 2010), para compreendermos a personagem  Mafalda, devemos traçar um paralelo entre ela e o norte-americano Charlie Brown, pois ambos são crianças, que vivem na mesma época histórica, porém apresentam realidades completamente diferentes.

Mafalda critica, ironiza e ridiculariza esse papel que ela não quer assumir. A ironia é um instrumento que o autor utiliza para compor o humor que ultrapassa a comicidade, leva a refletir sobre esse discurso aberto, no qual há uma mensagem de contestação, revolta e que clama por mudanças.

De acordo com Hall (1999), o que marca a década de 1960 é a preocupação com os grupos minoritários, transformando de alguma forma as culturas de classe, gênero, etnia, raça e nacionalidade, as quais eram consideradas como estruturas sólidas no passado. Essas transformações mudaram também as identidades dos indivíduos abalando as estruturas. Em vários momentos temos também um panorama sobre a pequena burguesia que está se formando em toda a América-latina e os apelos de consumo desta sociedade: casa própria, automóvel, televisão, o que nesta época era bastante comum nos países subdesenvolvidos, demonstrando claramente a preocupação da classe média de poder ter alguma coisa que lhe atribua distinção social e econômica, como podemos ver nas seguintes tirinhas:

 

Fonte: QUINO, 2010.

 Fonte: Quino, 2010

 

Além deste advento do poder de consumo e as questões das ditaduras na América-latina, Mafalda apresenta questões como as dificuldades para pagar as contas que as famílias tinham, aborda o imaginário quanto a Guerra Fria, o desemprego, as dificuldades para manter um status social ligado à posse de determinados bens de consumo. Sua família apresenta um caráter ambíguo ao se identificar com o capitalista que explora,  e sente receio em ser identificado com o proletariado, assim como toda a pequena burguesia da época, e embora deseje, nunca conseguirá o status de alta burguesia. Desta forma reforçamos o potencial de fonte da HQ, pois a mesma nos apresenta o panorama historiográfico da época que o produziu, como podemos ver nestas tirinhas que abordam o imaginário relacionado com a Guerra Fria:

 

Fonte: Quino, 2010.

Quanto ao imaginário, é interessante ressaltar que cada sociedade possui seu imaginário específico e variável, podendo este ser, individual ou coletivo. Desta forma o que é realidade e o que é imaginário misturam-se e variam dependendo de diversos fatores. (PATLAGEAN, 1998). Para Assunção (2004), o imaginário é tão verdadeiro e real que ele utiliza o termo “vida concreta”. O interessante das contestações de Mafalda é que elas não são apenas relativas a Argentina, mas também sobre todo o contexto em que a América-latina está envolvida, que é reflexo do cenário global.

Outro ponto que devemos ressaltar trata-se, do vestido da personagem, Mafalda sempre se apresenta trajada com um vestido vermelho.

 


Fonte: QUINO, 2010.

 

Esta cor do vestido, sempre constante, remete-nos a uma ideologia atuante nesse contexto ditatorial tão repressor das ditaduras. Vermelho é a cor da bandeira comunista, a qual representa a revolução em busca da liberdade, vinda da Revolução Francesa e da Revolução Russa, o sangue derramado da oprimida classe operária. Todos estes pressupostos e dados históricos sobre as décadas de 60 e 70, apresentadas por Quino, através de Mafalda, constituem-se em uma ferramenta metodológica e uma fonte histórica extremamente rica para ser trabalhada em sala de aula, principalmente na disciplina de História.


Considerações finais

Este artigo se propôs refletir sobre a importância das Histórias em Quadrinhos (HQs) como recurso didático nas aulas de História, bem como as possibilidades de utilização desse recurso, no que diz respeito à personagem Mafalda criada pelo cartunista Quino.

Como já visto, as tiras da Mafalda dialogam com seus vários contextos históricos, tanto com o de sua produção quanto com aquele em que o aluno está inserido. Se o olhar do estudante volve-se somente para o significante sem mobilizar significados, os vários discursos presentes nas tiras não se materializam nas leituras do aluno, para que estes possam compreender melhor a momento histórico em que estas tirinhas foram criadas e como estas representavam o imaginário e o contexto de sua época. A sala de aula configura-se, portanto, como um espaço de produção e diálogo de diferentes discursos e ideologias. Tanto os sujeitos alunos como o sujeito professor alternam-se nesse posicionar axiologicamente.

Através das análises realizadas nos PCN, compreendemos que o professor de História, tem o dever de fazer com que o aluno amplie a compreensão de sua realidade, confrontando-a e relacionando-a, para que se torne um cidadão crítico e atuante, percebendo-se como sujeito histórico. Para alcançar estes objetivos é papel do professor, segundo os PCN, trabalhar com os meios de informação que os alunos utilizam fora da escola como, cinema, fazendo-os refletir sobre a carga ideológica que estes trazem e o que eles representam.

Esperamos que essa pesquisa tenha contribuído para a compreensão da importância das Histórias em Quadrinhos como fonte histórica. Bem como tenha conseguido refletir os possíveis usos e aspectos que podem ser estudados dentro das mesmas. Possibilitando a compreensão da importância do planejamento prévio das atividades, reforçando que o professor é na verdade, um eterno pesquisador. Concluímos com uma frase de Paulo Freire que se encaixa perfeitamente com estas considerações finais, “Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.


Referências biográficas

Vitória Duarte Wingert: Mestra em Processos e manifestações Culturais; Doutoranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social; Especialista em Mídias na Educação; Historiadora e Professora.

Jander Fernandes Martins: Doutor em Processos e Manifestações Culturais; Mestre em Processos e Manifestações Culturais; Especialista em TIC-EDU; Pedagogo e Professor. 


Referências bibliográficas

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12 comentários:

  1. Olá, parabéns pelo belo trabalho! Mafalda é uma personagem apaixonante e transpira história o tempo todo. Eu gostaria de aprofundar uma reflexão sobre a questão geracional. Nas observações de vocês, a Mafalda tem despertado interesse nas gerações mais novas? Os jovens conhecem a personagem? Caso sim, se limita as tirinhas nos livros de didático de língua portuguesa ou buscam outras fontes?
    Obrigado,
    Ernesto Padovani Netto

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    1. Olá, Ernesto, agradecemos o tempo dedicado a leitura da nossa pesquisa. Sobre o teu questionamento, bem como mensionaste, o Mafalda é uma personagem conhecida pelos alunos, em função dos livros de Português, porém as reflexões que os professores de LP fazem ao utilizar Mafalda tem enfoques diferentes. Na aula de História, iniciamos contextualizando a criação da personagem e o momento histórico presente em seus discursos. Nós temos um livro intitulado Mafalda, que tem todas as tirinhas publicadas da personagem. utilizamos esta obra como acervo para escolher qual utilizar.

      Vitória Duarte Wingert
      Jander Fernandes Martins

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  2. Alessandra Bertasi Nascimento13 de setembro de 2022 às 15:12

    Olá! Parabéns pelo trabalho! Mafalda é uma personagem instigante. Ao discutirem a sessão "Os quadrinhos em sala de aula", citam os PCNs. Tendo em vista que a Base Nacional Comum Curricular é uma norma e referência obrigatória aplicadas às redes de ensino e suas instituições públicas e privadas brasileiras, quais as relações/reflexões possíveis de serem realizadas entre ela e a pesquisa apresentada? Obrigada.

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    1. Olá, Alessandra, agradecemos pelo tempo dedicado a leitura de nossa pesquisa. Sobre a tua questão, levando em conta a BNCC, não só, podemos como devemos utilizar os quadrinhos em sala de aula. Devemos ter em consideração que este tipo de produto cultural, como as HQs são ricas fontes históricas, tanto quanto documentos oficiais, pois elas os que Ferro vão denominar como "espiões de sua época", falando muito sobre a sociedade que as produziu. Quanto ao uso destas fontes a BNCC vai dizer que [...]O exercício de transformar um objeto em documento é
      prerrogativa do sujeito que o observa e o interroga para desvendar a sociedade que o produziu. O documento, para o historiador, é o campo da produção do conhecimento histórico; portanto, é esta a atividade mais importante a ser desenvolvida com os alunos" (p.418)
      A partir deste trecho da BNCC, podemos entender que é primordial que o professor apresente diferentes documentações históricas aos alunos, inclusive HQs.

      Vitória Duarte Wingert
      Jander Fernandes Martins

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  3. Olá, gostaria de parabenizar os autores pelo texto e proposta!
    Durante minha formação, estudei e trabalhei com alguns quadrinhos no ensino de história, como Mafalda, Maus e Gen: Pés Descalços.
    Acredito ser muito pertinente a utilização dos quadrinhos de Mafalda, especialmente se relacionados com alguns contextos históricos.
    Em relação à personagem em si, suas falas e temáticas abordadas, podemos trabalhar com outros períodos e regiões além da Argentina?
    É muito interessante a capacidade de Quino, em abordar política, meio ambiente e sociedade por meio dessa jovem curiosa e fascinante!

    Obrigado!
    Matheus Ongaro Rodrigues Souza

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    1. Olá Matheus, primeiramente agradecemos o tempo dedicado a leitura do nosso trabalho. Quanto ao teu questionamento, a Mafalda pode ser utilizada para trabalhar inúmeras temáticas pertinentes a aula de História como por exemplo Guerra Fria, consumismo, feminismo, impacto ecológico do capitalismo, etc. As tirinhas trazem reflexões tanto da época em que foram escritas quanto dos dia atuais. O que torna esta HQ, em específico, muita rica de ser trabalhada

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    2. Atenciosamente,
      Vitória Duarte Wingert
      Jander Fernandes Martins

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  4. Parabéns aos autor@s pelo trabalho, é muito gratificante ver trabalhos voltados para as histórias em quadrinhos, visto que é um recurso imagético fundamental para melhor entendimento do conteúdo. As HQ´s quase não são trabalhadas em sala de aula, na visão de vocês por que isso ocorre?

    jefferson giovani silva espinoza

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    1. Olá Jefferson,
      Primeiramente agradecemos o tempo que destinasse a leitura do nosso trabalho.
      A partir do teu questionamento podemos fazer algumas reflexões, de que talvez as HQs não sejam tão utilizadas nas aulas de História, por ainda possuirmos a noção de que apenas documentos oficiais são fontes históricas importantes, sendo assim fontes mais contemporâneas não são trazidas para sala. Como por exemplo as HQS, filmes, rede social, memes, etc.
      Também podemos refletir sobre o pouco tempo que os professores de História tem para desenvolver o conteúdo, 2 períodos semanais são pouco tempo para as demandas conteudistas, fazendo com que muitas vezes o planejamento acabe ficando engessado e não criando espaço para a inserção de outras linguagens que fujam do livro didático e textos.
      Atenciosamente,
      Vitória Duarte Wingert
      Jander Fernandes Martins

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  5. Parabéns pelo trabalho Matheus Ongaro Rodriguês Souza
    Já trabalhei com HQ's em sala de aula, contudo são estudantes de Ensino Fundamental I, e o contexto histórico é um pouco diferente. Como se dá a interação e socialização de seus estudantes?
    Simone Emi Kavasoko

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  6. Olá Simone,
    A interação e socialização dos alunos com as HQs, se refere o seu questionamento?
    Se sim, eles gostam muito quando são levadas para a sala de aula, pois foge a lógica de textos extensos e conteudistas que normalmente os alunos estão acostumados. Além do mais, as HQs mesmo sendo curtas, trazem várias reflexões que os próprios alunos levantam.
    Atenciosamente
    Vitória Duarte Wingert
    Jander Fernandes Martins

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