Carlos Eduardo Ströher e Tatiane Kaspari

 

MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E LUDICIDADE: DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO DE UM JOGO DE HISTÓRIA LOCAL

  

É possível ensinar e aprender História jogando? Certamente, trata-se de uma pergunta usual e de resposta previsível dentro do campo do ensino de História. Sim, é viável e até desejável utilizar estratégias lúdicas para a docência. Mas como utilizar-se dos recursos pedagógicos de um jogo de forma efetiva e produtiva?

 

Esse texto, em formato de ensaio, propõe-se a trazer uma breve descrição e análise do processo de construção coletiva de uma proposta de jogo de tabuleiro com a temática da história local de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Sem pretensões de tecer considerações mais aprofundadas sobre o recorte escolhido, pretendemos refletir sobre os desafios que envolveram a elaboração dessa proposta, especialmente sobre as dificuldades de lidar com os conflitos que envolvem a re(construção) de memórias de sujeitos e locais históricos.

 

Iniciamos este texto contextualizando brevemente o processo histórico de Bom Princípio, local que ambienta esse jogo. Depois, caracterizamos o processo de elaboração do material didático para, em seguida, analisar de que forma esse recurso lúdico pode contribuir para pensarmos como o ensino de história problematiza as memórias do patrimônio local, bem como as relações de gênero e raça que envolvem os sujeitos históricos.

 

O município de Bom Princípio, que serve de cenário ao jogo, localiza-se no Vale do Rio Caí, no estado do Rio Grande do Sul. A cidade interiorana emancipou-se de São Sebastião do Caí em 1982, ocupa uma área de 88,504 km² e tem uma população estimada em 14.055 (IBGE, 2019). A agricultura familiar e o setor moveleiro são os destaques econômicos da cidade, conhecida como a Terra do Moranguinho (Bom Princípio. Site oficial, 2022, on-line).

 

Fontes oficiais, como os sites dos municípios da região do Vale do Rio Caí, ecoam um discurso enraizado na cultura local, que enaltece seu processo histórico a partir da presença de imigrantes europeus, sem menções a outros grupos. Exemplifica essa concepção o excerto que segue, divulgado pela AMVARC (Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí):

 

 

“A história da colonização do Vale do Caí começa por volta de 1738, quando imigrantes portugueses chegaram à região de  Capela de Santana, então Município de Triunfo. Deixando Porto Alegre,  trouxeram as mudanças  pelo Rio dos Sinos e Rio Caí, cerca de quarenta quilômetros em direção norte.

[...]

Em 1824 chegaram a São Leopoldo os primeiros imigrantes alemães. Rapidamente os colonizadores foram estabelecendo-se  cada vez mais para o interior, motivado pelo  grande número de filhos por família e lotes iniciais de apenas  48 hectares.

[...]

No Século XIX e início do Século XX, outras etnias europeias também vieram somar-se ao tabuleiro social do Vale do Caí. Porém, não chegaram a formar núcleos urbanos diferenciados.

(AMVARC, 2002, on-line. Grifos nossos.).

 

Alinhado ao discurso de enaltecimento ao elemento étnico de origem europeia, o site institucional de Bom Princípio valoriza a origem germânica como traço fundamental de sua identidade cultural.

 

“A história de Bom Princípio inicia muito antes da emancipação em 12 de maio de 1982, está situada entre a Grande Porto Alegre e a Serra Gaúcha, no Vale do Rio Caí. Ela foi colonizada pela origem alemã, ainda hoje a maior parte das pessoas que residem no município são de origem alemã.

[...]

O primeiro nome de Bom Princípio teria sido Serraria, por volta de 1814, época em que a atual área do município pertencia a Luiza Theodora Feijó. Isso foi bem antes da colonização alemã, em um tempo que tudo ainda era mata, repleta de trilhas percorridas por índios caingangues.

[...]

Em 1840, o imigrante João Guilherme Winter, vindo da cidade alemã de Klüsserath, comprou uma grande quantidade de terras junto ao Rio Caí e Arroio Forromeco. O local passou a ser chamado de Wintersohnschneiss (Picada de Winter Filho, em alemão). Quatro anos depois, o nome já havia sido reduzido para "Winterschneiss" (Picada do Winter). Este nome, apesar de não constar em nenhum documento oficial, ainda é lembrado e até usado algumas vezes para designar Bom Princípio, principalmente pelos mais velhos. Já o nome "Bom Princípio" teria sido criado em 1853, pelo comerciante Philip Jacob Selbach, para que a localidade tivesse um nome em português.” (BOM PRINCÍPIO. Site oficial, 2022, on-line. Grifos nossos.).


Os povos originários são mencionados no texto como um aspecto da paisagem natural, em uma abordagem contrastiva com o europeu. De um lado, estão os cainguangues, que são nômades e percorrem trilhas pela natureza, sem edificar ou modificar significativamente o espaço natural. De outro lado, estão os imigrantes europeus, que, além de colonizar e mercantilizar a terra, dão-lhe um nome. Embora não seja escopo do presente ensaio discutir a aculturação decorrente da imposição linguística - dupla, neste caso, pois transpassada pelos idiomas alemão e português -, sobressalta a marca de posse impressa pelo nome Winterschneiss, sinalizando que a terra - e, daí, a cultura nela cultivada - pertence àqueles que a transformaram, modificando a paisagem natural.

 

De maneira geral, há uma carência de escritos mais detalhados do processo histórico da região do Vale do Rio Caí, geralmente compilados em publicações de memorialistas e jornalistas. Eles constituem-se de genealogias dos municípios e se baseiam na compilação de documentos escritos, fotografias e relatos orais de personalidades locais, como políticos proeminentes.

 

Diante desse panorama, em 2020, foi elaborado um projeto pedagógico pela Secretaria Municipal de Educação, intitulado “Faço parte dessa história”. O objetivo da proposta era viabilizar produção e divulgação de materiais e de ações educativo-culturais de valorização do patrimônio histórico local, visando à preservação das memórias das comunidades de Bom Princípio.

 

Entre as ações do projeto estava a produção de um jogo de tabuleiro sobre a história do município. A proposta recebeu a seguinte descrição: “[...] produção de um jogo pedagógico de tabuleiro (em formato físico) tendo Bom Princípio como base, contemplando aspectos históricos e culturais do município, com destaque para as construções arquitetônicas inventariadas da Rua Irmão Weibert. O jogo será destinado aos alunos da rede pública do Ensino Fundamental, estimulando a valorização do patrimônio e da memória local através da ludicidade e resgatando o hábito dos jogos de tabuleiro com enfoque na cultura local” (BOM PRINCÍPIO, Decreto Municipal n° 78/2020, de 07 de Julho de 2020).

 

Estruturada a proposta, foi dirigido um convite a todos os profissionais de educação do município para que se integrassem à equipe de produção do jogo. Em julho de 2020, consolidou-se o grupo de trabalho com 13 professores e auxiliares de ensino da rede municipal, atuantes em diferentes etapas de escolarização, Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, e com formações em diferentes áreas de conhecimento. Em razão do contexto da pandemia da Covid-19, os trabalhos ocorreram prioritariamente de forma remota, através de encontros virtuais que ocorreram entre julho e outubro do referido ano, além de três momentos presenciais para testagem dos protótipos do jogo. Para verificar as efetivas condições de jogabilidade, o último encontro de testes foi realizado com a participação de alunos das escolas.

 

O “Jogo Bons Princípios”, em sua apresentação direcionada aos estudantes do Ensino Fundamental, informa que “foi pensado como uma forma divertida de você aprender sobre a história e a geografia de Bom Princípio. Há dois níveis de jogabilidade. O nível básico possui uma dinâmica mais simples e é recomendado para seu primeiro contato com o Jogo Bons Princípios. O nível avançado exige maior raciocínio lógico dos jogadores e, por isso, é recomendado para quando você já tiver executado o jogo no nível básico” (Jogo Bons Princípios, 2020).

 

A narrativa do jogo constrói-se a partir de um questionamento: O que há depois do Paredão?. A pergunta remete a um túnel de pedra existente na cidade e que se constitui em um local de interesse histórico e turístico no âmbito local.

 

Trecho das Regras do Jogo - Nível Básico.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

 

Conforme a imagem anterior, retirada do manual de regras do jogo da modalidade básico, há uma narrativa que inicia o jogo e traz um enigma a ser resolvido. O jogo também é apresentado a partir de um Mestre dos Princípios, “guardião do passado”, que organiza e apresenta posteriormente as regras do jogo. Na versão avançada, a narrativa é alterada, apresentando um novo enigma.

 

A opção pelos níveis básico e avançado foi justificada pela necessidade de construir um jogo que não fosse rapidamente esgotado pelos estudantes ao jogar. A proposta é que o nível básico seja acessível a alunos a partir de 10 anos de idade, estudantes do 4º e do 5º ano do Ensino Fundamental, etapas em que as temáticas da história e geografia local geralmente são abordadas em sala de aula.

 

O tabuleiro do jogo é constituído pela representação adaptada do território de Bom Princípio, marcada por elementos naturais, como o túnel de pedra do Paredão e as vias fluviais do Rio Caí e do Arroio Forromeco. O caminho central representa a Rua Irmão Weibert, via centenária que foi a primeira aberta no início da colonização da cidade pelos imigrantes alemães. Irmão Weibert foi um religioso francês da Congregação dos Irmãos Maristas, que chegou em Bom Princípio, em 1900, com o intuito de atuar na educação local. Devido a sua importância, seu nome posteriormente foi colocado na rua em que ele e seus colegas religiosos estabeleceram uma das primeiras escolas da região.

 

 

Layout do tabuleiro do jogo.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

Observando a imagem do tabuleiro do jogo, percebe-se que este cria uma ambiência o território de Bom Princípio. O que guia o jogo são os “Bons Princípios”, representados por palavras-chave que estão relacionadas às intencionalidades que diferentes sujeitos históricos tiveram ao longo da história da cidade. Esses princípios se manifestam em 6 missões, sintetizadas nas palavras Trabalho (T), Fé (F), Educação (Ed), Cultura (C), Empreendedorismo (E) e Liderança (L). Cada missão possui 4 metas, apresentadas a partir de cartas-missão, com situações vinculadas ao contexto histórico local e que possuem objetivos a serem cumpridos no tabuleiro, conforme o nível de jogabilidade - básico ou avançado. As metas perfazem uma linha temporal de constituição da história local, conforme expressam os exemplos a seguir:




Exemplos de cartas-missão dos princípios Trabalho e Educação.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

O jogo se “constrói” no tabuleiro conforme vai sendo jogado. A visibilidade desse processo de construção de cada um dos princípios está representada nas cartas-emblema, que simbolizam cada uma das metas das missões, por meio de uma imagem em formato hexagonal. Cada carta-emblema é colocada no tabuleiro assim que o jogador cumpre a meta correspondente. A localização das casas que recebem os emblemas hexagonais não é aleatória, visto que busca se aproximar da localização geográfica real de algumas construções históricas significativas para a história de Bom Princípio, como a Igreja Matriz, o Centro Marista, o Seminário católico e alguns casarões que funcionavam como estabelecimentos comerciais na então “Vila de Bom Princípio”.




Exemplos de cartas-emblema, frente e verso, utilizando imagens históricas locais.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

Os avatares (jogadores) que representam cada um dos princípios não são personagens reais da história da cidade, mas representam personalidades femininas e masculinas relacionadas aos 6 princípios. No processo de construção desses jogadores, houve uma discussão sobre quem seriam esses personagens, visto que há personalidades históricas locais proeminentes que poderiam justificar uma “homenagem” nominal. Tratavam-se, porém, majoritariamente de homens, muitos deles ligados a atividades políticas ou religiosas. Um dos desafios, portanto, era proporcionar uma maior diversidade de representações de gênero e raça, permitindo também maior visibilidade de diferentes sujeitos históricos, constituintes da identidade e da memória locais.

 

Avatares dos princípios “trabalho” e “empreendedorismo”.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

Avatares dos princípios “cultura” e “educação”.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

Avatares dos princípios “liderança” e “fé”.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

Percebe-se, na fisionomia dos avatares, a maior representatividade de gênero e raça que se buscou construir na estruturação do jogo. Cada princípio possui um par masculino/feminino, organizado no formato frente e verso da peça, permitindo aos competidores a escolha do lado que desejarem no momento do jogo. Inseriram-se também avatares com fenótipos característicos de pessoas negras e indígenas, rompendo a hegemonia branca nas representações, a despeito da população local se autodeclarar prioritariamente branca - conforme dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010, 94,8% dos munícipes são brancos (Dados.gov, 2022, on-line).

 

Para além dos princípios e metas que organizam a dinâmica de jogabilidade, o jogo é organizado de forma que a maioria dos fatos históricos seja apresentada de maneira contextualizada nas cartas-acontecimento, que os relacionam a alguma ação a ser executada pelos jogadores. Alguns fatos, porém, são apresentados nas cartas-descoberta, em um formato de perguntas no modelo verdadeiro ou falso. Vejamos como essas cartas são apresentadas a partir de alguns exemplos:

 





Exemplos de cartas-acontecimento. Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

O jogo conta com 60 cartas-acontecimento, em que foram inseridas situações históricas características do cotidiano e da memória locais, incluindo referências a personalidades e construções consideradas patrimônio da história local. Dessa forma, entendemos que seja possível que os jogadores aprendam elementos da história local de forma lúdica e, ao mesmo tempo, mantenham-se conectados à dinâmica do jogo.

 

Complementarmente às cartas-acontecimento, as 15 cartas-descoberta apresentam algumas situações históricas que exigem dos jogadores uma resposta no formato verdadeiro ou falso, a partir da reflexão sobre o processo histórico local. Nessas cartas, foram explorados elementos mais diversificados da história local, inclusive alguns não tão conhecidos pela comunidade. No material anexo ao jogo, há um gabarito explicativo dessas questões. A ideia é que, ao trabalhar com essas cartas, os estudantes possam aprofundar seus conhecimentos sobre a história de Bom Princípio.

 




Exemplos de cartas-descoberta e do gabarito das questões.

Fonte: Jogo Bons Princípios, 2020.

 

Anexos ao jogo estão cartilhas de regras do jogo nas versões ‘básico’ e ‘avançado’ para leitura de todos os jogadores; um Guia do Mestre dirigido ao participante que atuar como mediador e um Manual do Professor, com orientações didáticas para a exploração do jogo pelos docentes, incluindo link de acesso a conteúdos virtuais sobre a história e a geografia locais.

 

O Manual do Professor tem por objetivo ajudar a esclarecer uma pergunta comum: Para além da ludicidade, qual é a função de um jogo? Johann Huizinga nos ajuda a responder a essa questão:

 

“A função do jogo [...] pode de maneira geral ser definida pelos dois aspectos fundamentais que nele encontramos: uma luta por alguma coisa ou a representação de alguma coisa. Estas duas funções podem também por vezes confundir-se, de tal modo que o jogo passe a ‘representar’ uma luta, ou se torne uma luta para melhor representação de alguma coisa” (HUIZINGA, 2000, p. 14).

  

Esses dois aspectos - luta e representação - representam uma fuga da realidade, um deslocamento para  algo novo, a “realização de uma aparência”, a imaginação, no sentido original do termo. Esse exercício, quando tornado possibilidade pedagógica disponível aos estudantes, permite um deslocamento potente para o aprendizado em História.

 

Nilton Pereira e Marcelo Giacomoni destacam que

 

“Jogar na aula de História é um belo exercício amoroso. Uma vez que o jogo pressupõe uma entrega ao movimento absoluto da brincadeira e que jogar implica um deslocamento. Um deslocamento do espaço, da ordem, das medidas, dos horários, das imposições disciplinares, da avaliação, das provas, numa palavra, da obrigação.[...] Jogar é instalar-se na passagem, em um intervalo do nosso cotidiano. Estar desobrigado a “estar” e comungar com um eu que vai sendo outro, numa continuidade que não se mede, nem se estabelece ordem, nem autor. Jogar consiste mesmo, então, em brincar. Uma brincadeira com o tempo, numa instalação mesma no que divide passado e futuro.” (PEREIRA; GIACOMONI, 2018, p. 14-15).

 

A ludicidade que o exercício do jogar permite traz a duplicidade da ordem que o jogo exige - por isso as regras - e da desobrigação com o real, trazida pela possibilidade de imaginar-se outro sujeito histórico, em outro tempo, mesmo que em local próximo, visto que o território do jogo é a própria cidade em que os jogadores residem no tempo contemporâneo. Portanto, como eleger aqueles que serão eternizados na memória ao serem citados em narrativas históricas ou materiais didáticos?  

 

O desafio maior trazido pela construção do jogo de tabuleiro relatado neste texto foi conciliar as demandas de cada tempo, do passado e do presente, que se imbricam e se afetam mutuamente, através de diversas camadas de memórias. Os rastros históricos estão impressos tanto nas construções materiais representadas por prédios históricos ainda hoje existentes, quanto na memória dos sujeitos históricos do município, desde os proeminentes, lembrados em nomes de ruas, placas e outros monumentos do patrimônio local, quanto os infames e inominados que também construíram e ainda participam da tessitura das narrativas históricas locais.

 

O Jogo Bons Princípios, durante o processo de sua elaboração, proporcionou debates importantes entre os profissionais da educação, especialmente no que tange à problematização da “cultura germânica” como traço exclusivo da cidade e a estipulação do século XIX como o ponto inicial de sua existência. Situações aparentemente simplórias, como estipular um indígena como avatar, revelaram a complexidade das relações humanas ao evidenciar que seria um anacronismo histórico inseri-lo, no jogo, em uma dinâmica de compra e venda de terras. Os cenários fictícios foram, assim, revelando nuances do processo histórico local, que contou com expressiva contribuição de imigrantes europeus, mas que também silenciou e marginalizou outros grupos étnicos.

 

Complementarmente, enquanto ferramenta pedagógica para o ensino de História, o jogo é um importante recurso para a abordagem da história local, ao mesmo tempo em que poderá contribuir para novas reflexões e debates sobre a memória e o patrimônio locais. Atualmente, em 2022, o jogo ainda aguarda recursos para sua execução em formato físico, mas constitui, desde já, um material didático que poderá tornar o ensino de história local mais plural, ao trazer à tona narrativas pouco citadas em outras fontes, além de ser mais atrativo aos estudantes ao propor um formato mais lúdico ao aprendizado.

 

Referências biográficas

Carlos Eduardo Ströher. Mestre e Doutorando em Educação. Especialista em Ensino de História e Geografia. Licenciado em História e em Geografia. Professor das redes municipais de Bom Princípio e Tupandi/RS.

Tatiane Kaspari. Doutora em Processos e Manifestações Culturais. Licenciada em Letras/Português, Letras/Espanhol e Pedagogia. Professora da rede municipal de Bom Princípio/RS.

 

Referências bibliográficas

AMVARC. Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí/ Rio Grande do Sul. Disponível em: http://amvarc.com.br/quem-somos/. Acesso em: 27 jul. 2022.

 

BOM PRINCÍPIO. Decreto Municipal nº 78, de 7 de julho de 2020. Institui o Projeto “Faço parte dessa história” e dá outras providências.

 

BOM PRINCÍPIO. Site oficial. História do município. Disponível em: http://www.bomprincipio.rs.gov.br/pagina/view/1. Acesso em: 27 jul. 2022.

 

DADOS. GOV. Portal Brasileiros de Dados. Percentual de pessoas residentes de cor ou raça branca (Censo Demográfico 2010). Disponível em: https://dados.gov.br/dataset/cgeo_vw_per_pessoas_brancas. Acesso em: 29 jul. 2022.

 

JOGO BONS PRINCÍPIOS. Secretaria de Educação de Bom Princípio, 2020.

 

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, 2000.

 

PEREIRA, Nilton Mullet; GIACOMONI, Marcello Paniz. Flertando com o Caos: os Jogos no Ensino de História, p. 9-18. In: Jogos e ensino de história/ organizadores Marcello Paniz Giacomoni [e] Nilton Mullet Pereira ; coordenado pelo SEAD/UFRGS. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2018. 129 p.

7 comentários:

  1. Muito bom o trabalho.
    É nítido que mesmo sendo pensado como história regional, pode ser utilizado articulando com a história nacional e mesmo global. Minha pergunta está relacionada mais com uma questão técnica. Foi pensado sobre a patente do jogo? Será patenteado ou não? Como ficaria o direito dessa produção, considerando que várias pessoas se envolveram? Elas foram contratadas como prestadoras de serviço, mas o direito do jogo seria apenas da Secretaria Municipal de Educação?

    Cordialmente,
    Wendell Presley Machado Cordovil

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  2. Olá, Wendell!
    Agradecemos muito pela leitura de nosso trabalho e por seu comentário. Em relação à patente, as normativas do INPI destacam que é patenteável o produto com possibilidade de aplicação industrial ou comercialização. No caso do jogo, não há uma intenção mercadológica, tendo em vista que seu desenvolvimento ocorreu dentro de um projeto pedagógico proposto pela Secretaria de Educação. Quanto aos direitos autorais, os professores se engajaram voluntariamente ao projeto, por desejarem uma ferramenta de apoio ao ensino da história municipal. O nome de todos os colaboradores está registrado no material de apoio (manual e regras) do jogo. Os colaboradores também foram devidamente certificados por seu envolvimento. As únicas contratações terceirizadas ocorreram por uma assessoria externa para orientar o trabalho do grupo e pelo desenvolvimento gráfico do jogo. Essas contratações foram mediadas pela Secretaria da Educação, em parceria com um projeto de preservação do patrimônio histórico-cultural.
    Enfim, gostaria de ressaltar que esse questionamento quanto à autoria é muito válido quando se trata de um projeto coletivo, pois é preciso respeitar todos os colaboradores e, desde o início, deixar claras as condições de sua participação.
    Nossas cordiais saudações,
    Tatiane e Carlos Eduardo.

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    1. Agradeço pela resposta. Esses elementos sobre autoria e registro são muito importantes também para outras Secretarias ou Grupos educacionais que pensem em produzir materiais inspirados no que vocês desenvolveram.

      Cordiamente,
      Wendell Presley Machado Cordovil

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  3. Olá, Tatiane e Carlos!
    Parabéns pelo trabalho, textual e do jogo.
    No texto, vocês relataram que fizeram um teste do jogo com alunos. Como foi essa experiência?

    Márcia Rohr Welter

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    1. Olá, Márcia! Agradecemos seu comentário. O teste realizado com os alunos foram muito satisfatório. Houve um envolvimento e curiosidade bastante significativos. Tínhamos a preocupação sobre o entendimento das regras e dinâmicas do jogo, e percebemos que eles compreenderam com bastante rapidez as dinâmicas. Os dois níveis de jogabilidade certamente são um desafio, mas acreditam que traz mais vitalidade e durabilidade ao jogo, visto que alunos de diferentes etapas da escolarização podem participar e aprender.

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  4. Eduardo Augusto de Santana15 de setembro de 2022 às 22:32

    Boa noite. O trabalho é sensacional, uma das metodologias mais instigantes de fomento da pesquisa e do ensino em história é, certamente, o uso da história local dentro do processo de produção do conhecimento.

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  5. Agradecemos teu comentário, Eduardo. Certamente, o uso de jogos é uma metodologia muito potente para o ensino de História e das outras áreas de conhecimento. Atenciosamente, Carlos.

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