Carlos Prado e Rodrigo Salvador de Araújo

 

O ENSINO DE HISTÓRIA POR MEIO DO JOGO ASSASSIN’S CREED ODYSSEY: UMA PROPOSTA DIDÁTICA

 

Um dos grandes desafios do ser professor é sempre apresentar novas didáticas em sala de aula. Em uma sociedade cada vez mais tecnológica e com recursos como, internet e inúmeros aplicativos, os professores e professoras precisam acompanhar e se adaptar a estas mudanças, aprimorando e inovando suas aulas.

 

Mattar (2014) chama atenção para o surgimento de um novo aluno, o nativo digital. Trata-se dos jovens que possuem um perfil marcado pelo contato com a internet e demais tecnologias. Ao contrário destes alunos e alunas, muitas vezes os professores e professoras são imigrantes digitais, ou seja, são de uma geração analógica que, posteriormente, migrou para o mundo digital.

 

Dessa forma, cabe aos professores e professoras acompanhar as novas tecnologias que transformam as relações sociais e também transformam o processo de ensino-aprendizagem. Conhecer as características e os anseios do novo aluno, que é um nativo digital, torna-se uma necessidade para se aproximar destes, a fim de aprimorar o ensino.

 

Diante da miríade de novas tecnologias, os jogos digitais, sejam os de aplicativos, de computadores ou de consoles, estão muito presentes no dia a dia das crianças e adolescentes. Por conseguinte, Alves e Coutinho (2016) apontam que a utilização de games como recurso didático têm se ampliado nos últimos anos. Especialmente na disciplina de História, os games oferecem muitas possibilidades que podem ser utilizadas em sala de aula.

 

Os jogos digitais com temáticas históricas possibilitam aos jogadores uma interação bastante rica com detalhadas representações do passado. Nesse sentido, a ambientação histórica criada pela realidade virtual do jogo traz possibilidades significativas no campo do ensino de História. Trata-se de um potencial que pode ser explorado e aproveitado como recurso pedagógico.

 

O presente artigo tem o objetivo de apresentar a ambientação histórica do jogo Assassin´s Creed Odyssey e discutir possibilidades de sua utilização em sala de aula como recurso didático para o ensino de História. Por conseguinte, o artigo está dividido em três partes: num primeiro momento, evidencia-se a crescente relação entre a indústria cultural e a história, destacando a produção de games que abordam temáticas históricas. Posteriormente, realiza-se uma apresentação e descrição do jogo digital Assassin’s Creed Odyssey, evidenciando os seus elementos históricos, como localizações e personagens que estão presentes na gameplay. Por fim, apresenta-se as possibilidades do uso Assassin’s Creed Odyssey em sala de aula, especificamente, na contextualização da Peste de Atenas.

 

Os games e a história

A indústria e o interesse do público em consumir jogos que ultrapassem apenas o entretenimento e tragam conteúdos que envolvam eventos e personagens reais, juntamente com a ficção, têm aumentado nos últimos anos. Desde a década de 1990, vários segmentos da indústria dos games vêm lançando jogos que apresentam temáticas históricas, como por exemplo as séries; Age of Empires, Medal of honor; God of War; Battlefield; Call of Duty; Hearts of Iron; Assassin’s Creed, entre muitos outros. Todos estes jogos se passam em determinados contextos históricos e suas narrativas fazem inferências a diversos personagens, sociedades e conflitos do passado.

 

Nesse ínterim, destaca-se a saga Assassin’s Creed, que em diferentes jogos, já abordou diversas temáticas históricas: o renascimento italiano; a revolução industrial inglesa; a revolução francesa e; mais recentemente, em seus últimos lançamentos, trouxe temáticas voltadas para antiguidade: Egito em Assassin’s Creed Origins; Grécia em Assassin’s Creed Odyssey; e Vikings em Assassin’s Creed Valhalla. Este último, se tornou o jogo mais vendido da franquia da empresa Ubisoft.

 

Destaca-se que a história, especialmente a chamada antiguidade clássica, tem se tornado cada vez mais relevante e presente na indústria do entretenimento. Como apontam Rossi e Bandioli (2021): “a relação da Antiguidade com a indústria cultural ‘pop’, é facilmente observável como ‘motifs’, personagens, estórias e narrativas do e sobre o passado são continuamente e repetidamente cooptados, reimaginados e recontados em diferentes produtos”. Ao evidenciarem que estes temas são “cooptados”, os autores buscam destacar que estas produções estão voltadas para o entretenimento e não são narrativas históricas científicas.

 

A produção de um game é muito distinta do fazer historiográfico. Os games são mercadoria de ficção, assim como os filmes, músicas, séries de tv e etc, ou seja, nem sempre a produção preocupa-se com a “fidelidade” histórica. Segundo Rossi e Bandioli (2021) tratam-se de representações do passado que apresentam um caráter de metaficção historiográfica.

 

Não obstante, a indústria dos games, a fim de aprimorar os seus produtos e aumentar o apelo do público em torno das suas mercadorias, têm buscado, cada vez mais, a consultoria de historiadores e outros profissionais acadêmicos. Comumente, a produção destes games conta com uma equipe de profissionais de diversas áreas e mesmo historiadores na pré-produção dos mesmos.

 

A empresa Ubisoft, responsável pela saga Assassin´s Creed, por exemplo, contrata uma equipe interdisciplinar que realiza uma consultoria acadêmica. Este trabalho auxilia na construção de todo o jogo, desde os ambientes históricos, como a caracterização das diferentes locações, da arquitetura dos templos e palácios, às casas simples, vestimentas, armaduras, armas e etc, passando pelos personagens, suas falas e diálogo, até a construção da história em si. Todavia, ainda que contem com a participação dessa equipe acadêmica em sua produção, os games permanecem apresentando um caráter puramente ficcional.

 

Ambientação histórica do jogo Assassin’s Creed Odyssey 

Assassin’s Creed Odyssey é um jogo de RPG (Role Playing Game), desenvolvido pela empresa Ubisoft e lançado em várias plataformas em outubro de 2018. O título do jogo remete à Grécia Antiga, mais precisamente ao lendário herói grego “Odysseus”, rei de Ítaca, também conhecido como Ulisses, personagem central da “Odisséia” de Homero. O enredo histórico se desenvolve no contexto da Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), conflito entre as mais poderosas cidades-estados gregas, Atenas e Esparta. Trata-se, especificamente, do chamado período Clássico da história da Grécia.

 

Na primeira cutscene do game, o jogador inicia a sua imersão histórica na lendária Batalha das Termópilas (480 a.C), na qual apenas 300 espartanos, liderados por Leônidas, enfrentaram o poderoso exército persa. Um dos mais conhecidos relatos sobre as Termópilas foi descrito pelo historiador grego, Heródoto, em História, Livro VII - Polímnia, que nos conta que o exército persa liderado por Xerxes era muito superior às forças gregas. Os sucessivos conflitos entre os gregos e os persas ficaram conhecidos como as Guerras Médicas (499 - 449 a. C.).

 

A cutscene apresenta um breve diálogo entre o rei Leônidas de Esparta e um soldado, seguido de um discurso épico do líder direcionado a elevar o moral dos seus guerreiros. Este é o prelúdio da batalha contra os inimigos persas. Interessante notar que até a falange espartana está presente na cena. Ao iniciar a batalha, o jogador poderá “controlar” o rei Leônidas e atacar alguns inimigos.  Leônidas, segundo Heródoto (2006, p. 596), era o general que gozava de maior prestígio, dentre todos os generais, e comandou os famosos 300 soldados espartanos e outros tebanos contra a investida persa.

 

A saga “Assassin’s Creed” é muito conhecida por ter duas linhas temporais diferentes, uma no presente e outra em determinado período histórico no passado. Com o jogo em questão não é diferente. Após a apresentação das batalhas das Termópilas, uma nova cutscene, mostra-nos o tempo presente com as pesquisadoras e cientistas Layla Hassan e Dra. Victoria Bibeau que utilizam a lança de Leônidas em uma máquina que faz a leitura do DNA encontrado no artefato, o qual possibilita vivenciar as experiências pretéritas na Grécia Antiga.

 

Na lança são encontrados dois tipos de DNAs, fazendo com que o jogador possa escolher entre dois personagens principais: Kassandra ou Alexios, irmãos de origem espartana que foram separados quando ainda eram crianças. Não obstante, jogar com Alexios ou Kassandra não traz impacto no rumo da história. Ambos possuem as mesmas habilidades, armas e armaduras, assim como capacidade de provocar dano no adversário e capacidade de defesa. As mudanças ocorrem apenas em algumas opções de diálogos, mas nada que altere a gameplay.

 

O jogo se desenvolve a partir de três grandes e interligados arcos de histórias. O primeiro deles é a busca que o protagonista realiza para tentar reunir a sua família que, após trágicos eventos ocorridos anteriormente, havia se separado. Um segundo arco, relacionado diretamente a este primeiro, o jogador descobre a existência de um “culto” que busca assassiná-lo. Por fim, um último arco apresenta eventos relacionados à linhagem da chamada Primeira Civilização. É aqui que o protagonista encontra respostas sobre sua família e origem.

 

Ao longo do desenvolvimento dessa complexa trama, os personagens percorrem um mapa bastante vasto que abrange a Grécia peninsular e continental, além de diversas ilhas do Mar Egeu ao longo da costa da Ásia Menor. O jogador percorre diversas cidades-estados importantes pelo Peloponeso e Ática, e pode navegar para as ilhas de Creta, Lesbos e outras. A ambientação gráfica é bem interessante e detalhada, com a representação de dezenas de lugares históricos, como cidades, praças, templos e estátuas. 

 

Além de percorrer todas as localizações, o game também apresenta uma série de personagens históricos. Em diferentes passagens, o personagem principal se depara com personagens políticos como Péricles e Alcebíades, além do já citado Leônidas, também encontra o historiador, Heródoto, e os filósofos Sócrates, Aristófanes, Hipócrates, Pitágoras, dentre outros. A interação com estes personagens é bastante interessante, uma vez que o jogo os apresenta e explica brevemente quem eles são. A mitologia é outro elemento bastante presente na gameplay. Existem missões em que Kassandra ou Alexios precisam enfrentar e derrotar alguns seres mitológicos, como o Ciclope, o Minotauro e a Medusa.

 

Estamos acostumados com estes nomes nos livros de História, não em um jogo. Desse modo, Odyssey permite ao estudante conhecer localizações, personagens, eventos e narrativas históricas, a partir de um elemento que faz parte do cotidiano dos jovens, o videogame. 

 

O uso de Assassin’s Creed Odyssey em sala de aula 

Como já foi apontado, muitos pesquisadores já vêm discutindo como os jogos digitais podem ser utilizados como recurso didático em sala de aula. Especialmente em relação a disciplina de História, as narrativas de diversos games (que abordam temas históricos) podem ser descritas e problematizadas com o objetivo de construir uma reflexão histórica com os estudantes.

 

Nesse processo, professores e professoras devem atuar como mediadores do conhecimento, no sentido estimular a construção de uma consciência histórica a partir dos elementos apresentados pelo game. Como afirma Rossi e Bandioli (2021): “Acredita-se que o papel do historiador está em criar uma ponte entre essas narrativas sobre o passado, nos diversos produtos da indústria cultural”. Fomentar o entendimento no aluno e aluna para que ele possa se orientar no tempo, identificar sociedades, personagens e acontecimentos históricos.

 

Como toda aula, ao utilizar os jogos como um recurso pedagógico, o professor de História deve preparar seu material com todo cuidado. É preciso pensar como será apresentado o jogo em sala, quais trechos, quais conceitos podem ser apreendidos, quais temas podem ser desenvolvidos e problematizados. Faz-se necessário pesquisar e aprofundar sobre o tema em questão, fazer comparações e confrontações com outras fontes bibliográficas, e de que maneira os alunos serão avaliados.

 

Nem sempre é possível levar o videogame para a sala de aula, no entanto, trechos de vídeos de gameplay podem ser apresentados aos estudantes. Estes vídeos podem ser facilmente encontrados no youtube. Neste breve artigo, vamos propor uma atividade a partir do jogo Assassin’s Creed Odyssey. A título de exemplo de uma possibilidade de trabalho com o jogo em questão, um recorte que nos chama a atenção, é um episódio pouco trabalhado nos livros didáticos que se insere no contexto da Guerra do Peloponeso, trata-se da Peste de Atenas, uma epidemia que assolou a cidade entre 430 e 427 a.C.

 

O professor ou professora pode iniciar a atividade apresentando o vídeo de uma gameplay. A Peste é abordada no jogo ao longo de três missões, enquanto o personagem principal (Alexios ou Kassandra) passa pela cidade de Atenas. A primeira missão intitula-se: “Abandonada pelos deuses”, é o momento em que a Peste é melhor retratada. A missão se inicia quando o jogador encontra Sócrates e este o comunica sobre a mazela que assombra a cidade: “Quem não morre pela peste corre nas ruas feito animal. A morte galopa.”

 

Na sequência, o jogador encontra Aspásia, que diz: “Você voltou a Atenas. Aos restos de Atenas. O que construímos está desmoronando sobre nossos pés (...) Tudo que Péricles construiu está sendo destruído. Além dos muros só há caos. As pessoas se esqueceram como é ser gente”. Logo depois, ela anuncia que Péricles está doente: “Péricles está morrendo (...) você ouviu o povo... ele não pode se defender. Morrerá sem glória.” O jogador responde: “Atenas conhece ele há muito mais tempo do que conhece esta peste. Ele deu voz a eles. As realizações dele podem falar em seu lugar”.

 

Aspásia sugere que o jogador fale com Péricles para tentar ajudá-lo. Quando eles se encontram, Péricles diz: “É constrangedor, alguém tão forte me vendo desse jeito (...) Ao menos estou vivo. Só não posso dizer o mesmo da cidade”. Na sequência, os dois vão até o térreo para observar a cidade. Péricles exclama: “Muito mudou. Nem consigo ficar de pé para olhar no olho da morte. É minha hora. A peste não favorece ninguém.” Convencido sobre o seu destino, Péricles continua: “O único lugar para mim é o Partenon, meu maior legado para Atenas. Precisamos da benção dos deuses”. 

 

Logo depois desse diálogo, a missão se encerra e uma nova começa. Intitulada: “E as ruas estão vermelhas”, a sequência da gameplay leva o jogador de volta às ruas da cidade, nas quais se vê várias pessoas doentes, deitadas no chão, chorando e lamentando pelo sofrimento causado pela peste. O cenário de morte que assola a cidade se destaca. 

 

Na sequência, a missão seguinte, intitulada: “A última esperança de Atenas” leva o jogador até o Partenon onde ele se encontra com Aspásia, que ao lado Hipócrates e Sócrates havia ido em busca de Péricles. Ao adentrar no templo, eles assistem uma cena em que uma guerreira do “culto” assassina Péricles, cortando o seu pescoço com uma espada. Esta cena é pura ficção, uma vez que Péricles não foi assassinado, mas sim, mais uma vítima da epidemia.

 

Após apresentação do vídeo da gameplay, seria pertinente o professor ou professora iniciar a explanação apresentando os personagens presentes nas cenas: Sócrates, Hipócrates, Péricles e Aspásia. Recomenda-se apresentar uma breve biografia destes atores históricos. Destaca-se que os filósofos Sócrates e Hipócrates, assim como Péricles são mais conhecidos e retratados em livros didáticos, ao contrário de Aspásia.

 

Nesse sentido, é possível destacar o papel dela nas cenas. Esta personagem tão malograda pela história foi, muitas vezes, associada a uma vida promíscua e é hoje objeto de discussão entre pesquisadores. Novas pesquisas indicam sua importante contribuição filosófica e, apesar de ser uma estrangeira em Atenas (Aspásia teria nascido na cidade de Mileto), alcançou destaque  no meio social ao lado de outros intelectuais da Grécia, como Sócrates, por exemplo. Outro papel atribuído a Aspásia foi o de companheira de Péricles, inclusive tiveram um filho, Péricles, o Jovem.

 

Após a contextualização das personagens, a atividade prosseguiria com uma discussão sobre a Peste de Atenas. Nesse momento, o professor poderia utilizar como material complementar, a obra de Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, na qual a epidemia é retratada especificamente no Livro II - capítulos 47 a 57. Conta-nos Tucídides (2001) que a peste se manifestou em Atenas poucos dias após a entrada dos peloponésios na região da Ática. 

 

De acordo com o historiador antigo, a peste teria se originado na Etiópia, Egito, Líbia e, posteriormente, em Atenas sobre os habitantes do Pireu que acusavam os espartanos de terem envenenados suas cisternas. Tucídides (2001, p. 116) nos relata os terríveis sintomas da peste, da qual ele próprio foi acometido:  “intenso calor na cabeça e vermelhidão e inflamação nos olhos, e as partes internas da boca (tanto a garganta quanto a língua) ficavam imediatamente da cor de sangue e passavam a exalar um hálito anormal e fétido”, seguido ainda de tosse, rouquidão, vômitos, corpo avermelhado com o aparecimento de pequenas bolhas e úlceras, levando o doente ao óbito entre o sétimo e nono dia.

 

Pressupomos que Tucídides foi uma das principais referências para a construção dessas missões no jogo. A inspiração em seus relatos nos parece bastante evidente. Em outro momento da gameplay, o jogador deve conduzir o personagem a carregar os corpos moribundos espalhados pelas ruas da cidade e atear-lhes fogo. Nesta mesma perspectiva, relata-nos Tucídides (2001, p. 118): “Valendo-se das piras dos outros, algumas pessoas, antecipando-se às que as haviam preparado, jogavam nelas seus próprios mortos e lhes ateavam fogo; outros lançavam os cadáveres que carregavam em alguma já acesa e iam embora.”

 

Como se nota, Tucídides parece ter sido uma referência primordial na construção narrativa do jogo, em especial, na abordagem da peste que assolou Atenas. Todavia, o personagem de Tucídides não está presente no jogo, sendo priorizado neste contexto, a participação do historiador Heródoto, que aparece em várias cenas da gameplay. A exclusão do personagem de Tucídides pelos criadores e produtores do jogo, resulta na hipótese de que Heródoto é por muitos considerado o “pai da história” e, talvez, um nome mais conhecido pelo grande público.

 

Considerações finais

Os estudos sobre a utilização de games em sala de aula ainda é uma temática pouco explorada, mas que demonstra um grande potencial de desenvolvimento e amplas possibilidades, principalmente em relação ao ensino de História. Neste breve artigo, apresentamos a temática da Peste em Atenas, mas este é apenas um dos diversos aspectos históricos que o professor poderá trazer para o debate e a pesquisa em sala de aula por meio do game Assassin’s Creed Odyssey

 

Outros elementos podem ser discutidos na análise deste jogo, a construção dos elementos filosóficos, a cidadania na Grécia Antiga, a democracia ateniense, as guerras no mundo antigo, etc. O recorte, a abordagem e o direcionamento dependerão da intermediação do professor ao fazer com que o aluno possa reconhecer personagens, contextos e fatos históricos. O que pretendemos demonstrar é que a utilização dos jogos como recurso didático e pedagógico nas aulas podem despertar a atenção e o interesse dos educandos nas aulas de História. 

 

Referências biográficas

Rodrigo Salvador de Araújo é mestre em História pela Universidade Federal da Grande Dourados e professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF).

 

Carlos Prado é doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor do curso de História da Faculdade de Ciências Humanas (FACH) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). É integrante do Laboratório de Estudo e Pesquisa em História das Américas (Lepha) e atua na área de Teoria da História.

 

Referências Bibliográficas

ALVEZ, Lynn; COUTINHO, Isa de Jesus (Orgs.) Jogos digitais e aprendizagem: fundamentos para uma prática baseada em evidências. Campinas: Papirus, 2016. 

 

HERÓDOTO. História. Editora eBooksBrasil, 2006. 

 

MATAR, João. Design educacional: educação a distância na prática. São Paulo: Artesanato educacional, 2014. 

 

ROSSI, Andrea Lúcia de Oliveira Carvalho; BONDIOLI, Nelson de Paiva. História Antiga para quê? Possibilidades entre Ensino e entretenimento por meio de jogos digitais. Acta Educ. [online]. 2021, vol.43, Set. 2021.

 

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. 4 ed. Brasília: UNB, 2001.

7 comentários:

  1. O texto trata de uma ferramenta que oferece uma possibilidade bastante interessante para trabalhar com alunos adolescentes, os conteúdos de História, os jogos, analisam especificamente Assassin's Creeds Odyssey . Vocês destacam no texto, nas considerações finais, uma observação interessante, a postura do professor quanto ao recorte do jogo á ser utilizado, para uma mediação significativa, relacionando-o as temáticas estudadas. Se for possível gostaria de saber, quais jogos avaliariam como mais próximos para trabalhar conteúdos relacionados à Baixa Idade Média?

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  2. Adelidia Maria Rodrigues12 de setembro de 2022 às 11:49

    Excelente trabalho, trabalhar os jogos em sala de aula pode ser uma possibilidade muito interessante para trabalhar principalmente com adolescentes. Na postura de mediador entre os jogos e os conteúdos temáticos da aula, quais seriam os principais cuidados no planejamento de uma aula de História, na escolha do recorte de determinado jogo?
    Adelidia Maria Rodrigues

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  3. Quais as formas, sob a perspectiva dos senhores, de se diminuir todo o preconceito e estigma associados ao uso dos games como ferramenta de ensino, geralmente presente no imaginário popular adulto?

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  4. Ótimo texto, os jogos eletrônicos utilizados como referência ilustram os diferentes períodos e contextos históricos que podem ser trabalhados de diversas abordagens e perspectivas, no qual o estudante pode interpretar um soldado da segunda guerra mundial ou um espartano durante a guerra do Peloponeso. Contudo, qual a melhor maneira de estimular os alunos de ensino básico à buscarem a história como ciências em vez da ficção? De forma que adquiram um olhar crítico para além da sala de aula, principalmente a respeito das diversas obras de entretenimento com abordagem histórica, pois em sua maioria, são tratadas como verdade absoluta ou ''realidade histórica''.
    Vinícius Mancini Alves

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  5. Ótimo texto. Sua temática é fenomenal. Adorei a ideia e abordagem feita do game em seu texto. Gostaria de deixar duas questões que creio serem pertinentes. Primeiro, qual aparato metodológico de análise você utiliza para o game/games? Segundo, não é exatamente uma questão, mas acredito ser pertinente mencionar que a história do game é uma reimaginação(muito boa por sinal) e apresenta uma visão de seus responsaveis, assim como o cinema faz. Isso, não é demérito algum, mas apenas um alerta para que os alunos compreendam que aquilo não é a História tal como ocorreu. Qual sua opinião nesse aspecto?

    Douglas Pastrello

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  6. Olá, Carlos e Rodrigo.
    Gostaria de parabenizar a análise e a proposta, vindo de um fã da saga e professor que busca a utilização de games e a atualização do ensino, especialmente em relação a indústria do entretenimento; que busca cada vez mais, recursos e fontes para seus produtos, nos livros e sociedades do passado.
    Gostaria de perguntar sobre a utilização da franquia em si, assim como um comentário anterior, devemos destacar a criatividade do estúdio (Ubisoft), ao recriar e adicionar falas, gestos, comportamentos e cenários para criar a história do game: em um jogo passado, os desenvolvedores incluíram na narrativa, o personagem baseado em Leonardo Da Vinci, ainda jovem.
    Como podemos contextualizar e explicar aos alunos, que muitas características presentes no jogo, não temos conhecimento exato, mas que ao mesmo tempo não se tratam de uma "mentira" ou invenção dos desenvolvedores?
    Pergunto isso, pensando em características do game em questão, tema do artigo, principalmente em relação ao cenário, as muitas cores da Grécia, que até pouco tempo, eram apenas "brancas".

    Matheus Ongaro Rodrigues Souza

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