Claudio Kuievinny Duarte e Victor Medeiros Garcia

 

O ENSINO DE HISTÓRIA MEDIEVAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE MONITORIA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

 

Introdução

O período entre os anos de 2020 e 2022 está marcado na história da humanidade. A pandemia do Coronavírus (SARS Covid-19) significou não apenas uma grande crise sanitária a nível global, com graves impactos humanitários e socioeconômicos, mas também uma série de desafios de adaptação em diversos aspectos de nossas vidas. No âmbito da educação, tanto no Ensino Superior como no Básico, nos deparamos com a impossibilidade da realização de aulas presenciais, em virtude da quarentena para conter a rápida propagação do vírus.

 

No dia 17 de abril de 2020, com a confirmação da primeira morte no Brasil pelo vírus da Covid-19, e o início da “primeira onda” de contaminações, o Ministério da Educação (MEC) adotou a portaria nº 343, que obrigava a interrupção das aulas presenciais em todo o país (CARNEIRO et al. 2020). De um dia para o outro, professores de todos os níveis do ensino necessitaram adaptar suas aulas para plataformas digitais online, os “TDIC”, Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, sem qualquer preparo para o uso dessas tecnologias (RONDINI et al. 2020).

 

As constantes mutações sofridas pelo vírus ao longo dos meses ocasionaram o que é conhecido como “mutações gênicas", ou “variantes” do vírus (HARARI, 2020). No contexto mais recente, o coronavírus sofreu alterações genéticas de acordo com os organismos em que estava “hospedado” e novas variantes espalharam-se pelo planeta, dando início a novas “ondas” de contaminação. Mesmo com a chegada das campanhas de vacinação no início do ano de 2021, o Brasil sofreu com o aumento recorde do número de infecções e óbitos nos meses de março e abril, em virtude da variante amazônica, tendo sido esta a “terceira onda” do coronavírus no país. O agravamento da crise sanitária fez com que as universidades mantivessem o ensino remoto pelo restante do ano.

 

Foi nesse contexto conturbado que nós, Victor Medeiros Garcia e Claudio Kuievinny Duarte, graduandos em História pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), atuamos como monitores na disciplina “História Medieval I”, no segundo semestre de 2021. O componente curricular foi lecionado pelo Prof. Dr. Guilherme Queiroz de Souza, medievalista e professor adjunto do departamento de História. Como de praxe nos projetos de monitoria, fomos orientados por ele à criação de produtos didáticos que auxiliassem os discentes da disciplina em seu aprendizado. Mediante às circunstâncias do ensino a distância, desde o início ficou claro a nós o quanto o uso das plataformas digitais teria significativa presença em nosso projeto, se quiséssemos desenvolver uma monitoria ativa, de ensino dinâmico e acessível aos alunos.

 

Durante os quatro meses do período letivo exercemos as funções de monitores de História Medieval I, desenvolvendo diversos produtos didáticos que uniam ensino de História e uso das plataformas digitais. Esta foi sem dúvidas uma experiência ímpar em nossa formação enquanto professores. Foram realizados encontros em salas virtuais, produzidos vídeos, perfis em redes sociais, e até mesmo memes – veiculados através das plataformas digitais utilizadas – foram criados para serem empregues como recursos no ensino.

 

Todas as estratégias didáticas estiveram acompanhadas de um diálogo com o conteúdo da disciplina. Como sabemos, a Idade Média é infelizmente um período sobre o qual repousa uma série de estereótipos (“Idade das Trevas”), muito dos quais reproduzidos nas mídias digitais, como páginas de Facebook e Instagram. A seguir, pensemos a importância do ensino de História Medieval, nos níveis do Ensino Básico e Superior, e a reprodução de temas relacionados a este período histórico pelas mídias sociais.

 

A Idade Média nas mídias sociais

Para Nilton Mullet Pereira e Marcello Giacomini, a Idade Média é representada nas mídias sociais (principalmente no Facebook) de uma forma mítica e fantasiosa, pelos velhos e defasados estereótipos populares do século XIX (2020). O mito da “Idade das Trevas” reproduz os preconceitos dos humanistas do Renascimento e dos racionalistas do século das luzes (iluminismo), um medievo de hereges sendo queimados vivos em fogueiras, de misoginia, de ausência de higiene, saúde e qualquer forma de medicina, ausência de saberes oriundos da cultura clássica, além de uma falsa ideia de mil anos de peste bubônica em toda a Europa.

 

De outro lado, pelas mídias sociais também vaga a “Idade Dourada”, um mito – tão errôneo e fora da realidade quanto o mito da Idade das Trevas – que é adotado principalmente por grupos católicos e/ou de extrema direita. Para eles, a Idade Média foi uma época de populações exclusivamente europeias, do auge da expressão e expansão da fé cristã e da Igreja (unicamente Católica), de ausência de conflitos entre classes sociais; além de submissão feminina, inexistência dos “males” do divórcio, do adultério e do aborto, inexistência de homossexualidade, de resistência ao contato com os “malditos” sarracenos e judeus, entre outros aspectos. Infelizmente tais “Idades Médias” continuam a fazer parte dos conteúdos produzidos a respeito do período medieval dentro das mídias digitais.

 

Segundo Umberto Eco: “1492 menos 476 é igual a 1016. Mil e dezesseis anos são muitos anos, é difícil crer que o modo de viver e de pensar se tenha mantido imutável ao longo de um período tão extenso e em que ocorreram muitos fatos históricos hoje estudados nas escolas” (2014). Adotar os estereótipos dos séculos XVIII e XIX – ou de qualquer outra época – como definição e homogeneização do período medieval é cair na falácia da generalização apressada. A Idade Média é antes de tudo um período muito longo e diverso. Assim, deveras seria errôneo pressupor a existência de uma única cultura, um único modo de vida, ou uma única forma de pensamento que possa ser entendida como a síntese de toda a Idade Média.

 

Aline Dias da Silveira (2019) destaca que o debate historiográfico a respeito do medievo começa a pensar numa ideia de “Idade Média Global”. A ideia de globalidade se assenta no foco em relação à história enquanto a história das conexões e integrações. Elas não se limitavam apenas a grupos religiosos próximos, mas englobavam uma série de povos e civilizações. As evidências apontam para uma Translatio Studiorum intercultural e intercontinental entre África, Ásia e Europa. Assim, desmistificamos tanto as ideias de uma Igreja triunfante em uma suposta “Era Católica”, que é defendida pelos românticos e pela extrema direita, quanto o mito da Idade das Trevas de uma Idade Média sem trocas culturais e de saberes. 

 

Para Luis Fernando Cerri (2011), tratar da Idade Média na educação básica e na graduação em história permite que os estudantes comparem seus respectivos contextos históricos com temporalidades distantes (como o medievo). José Rivair Macedo (2005) considera que um importante passo para a “descolonização do ensino de História” é o foco em apresentar as diversidades existentes no mundo medieval.

 

Percebemos então, que é de suma importância que as novas abordagens de ensino a respeito do medievo não apenas rompam com os velhos mitos sobre o período histórico, mas também dialoguem com relação ao caráter diversificado e global da Idade Média. Tais abordagens de ensino precisam ser debatidas, propostas e aplicadas desde a formação dos professores de história durante a graduação. É inevitável não pensar de igual forma no uso das redes sociais e das novas mídias de comunicação digital aplicadas ao ensino; outrossim, como podem ser propostas novas visões a respeito do medievo a partir dos conteúdos que são produzidos e divulgados. Pretendemos realizar agora uma descrição dos produtos didáticos desenvolvidos pela monitoria utilizando os TDICs no ensino, durante a segunda metade do ano de 2021.

 

Relato das atividades desenvolvidas

O projeto de monitoria foi desenvolvido no período letivo de 2021.1, apesar de na época estarmos na segunda metade do ano. Isso ocorreu devido ao calendário da UFPB, que se encontrava atrasado por conta de greves pelas quais a instituição passou anteriormente, retardo que foi agravado pelos meses iniciais da pandemia. As aulas tiveram início no dia 09 de agosto de 2021, e as primeiras atividades do projeto uma semana depois. Havia duas turmas de História Medieval I, ficando cada monitor responsável por acompanhar uma delas. Entretanto, no caso dos produtos didáticos, estes foram elaborados em conjunto pelos monitores e disponibilizados simultaneamente para as turmas.

 

Os encontros da disciplina ocorriam em salas virtuais da plataforma Google-Meet, todas as quintas-feiras nos turnos tarde e noite, e tinham a duração de duas horas, o que julgávamos pouco tempo para as discussões, mas talvez o mais viável, já que as aulas no modo remoto costumavam ser bem cansativas (concluída a primeira hora de aula, já se podia perceber o corpo e a visão cansados pelos minutos sentados em frente ao computador ou aparelho celular).

 

Imagem I: Print de uma das aulas virtuais realizadas pela plataforma do Google-Meet. Agosto de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

Para estreitar o nosso contato com os discentes, cada turma criou um grupo na plataforma WhatsApp, aparentemente destinado unicamente à disciplina de História Medieval I. Lá foram adicionados os seus respectivos monitores. Esta foi a principal ferramenta digital utilizada por nós para contato com os alunos. Nos grupos, dávamos os informes necessários, disponibilizávamos links, compartilhávamos bibliografias, vídeos, e também sanávamos dúvidas.

 

 Imagem II: Print do grupo de WhatsApp da turma de História Medieval I 2021.1, turno noite. Novembro de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

A atuação dos monitores em aula foi algo sempre requisitado pelo Professor Guilherme. Nossas intervenções se davam tanto por breves falas, com microfone e câmeras ligados, como pelo chat do Google-Meet, o recurso da plataforma mais utilizado pelos discentes em aula. Infelizmente, a maior parte da turma permanecia de câmeras fechadas nos encontros; poucos alunos ligavam os microfones para fazerem algum comentário ou questionamento. Esta era a realidade do ensino remoto. No entanto, felizmente havia considerável interação deles no chat da plataforma.

 

Para uma determinada aula, ficamos responsáveis de a partir de fontes primárias medievais abordar o tema do “imaginário das três ordens”. Muitos livros didáticos costumam enfatizar que a sociedade medieval, dita feudal (para alguns desses materiais o feudalismo existiu durante toda a Idade Média) era dividida em três grupos sociais. Havia aqueles que rezavam, o Clero (Oratores); os que lutavam e protegiam, os Nobres (Bellatores); e aqueles que trabalhavam (Laboratores), os servos, desempenhando cada grupo social, como se vê, uma função específica, e por isso tinha-se ordem no mundo. É comum esses materiais apresentarem o famoso excerto do bispo francês Adalbéron de Laon (c. 947-1030), que diz:

 

“A casa de Deus, que acreditam uma, está pois dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, trabalham. Estas três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada um por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto. Por conseguinte, este triplo conjunto não deixa de ser um; e é assim que a lei pode triunfar, e o mundo gozar da paz.” (ADALBÉRON DE LAON Apud PEDRERO-SANCHEZ, 2000, p. 91).

 

Todavia, o que se compreende é que o texto é uma expressão clara de um traço do imaginário medieval, o qual acredita que todas as coisas no mundo devem ter uma ordem específica para que possam funcionar bem. Além disso, ele também revela uma questão importante, um pressuposto ideológico. Lembremos que Adalbéron é um bispo. Em seu texto, o clérigo almeja defender a existência de uma ordem na sociedade cuja a Igreja é a sua grande tutora.

 

Muitas fontes deixadas pela Idade Média contestam a percepção das “três ordens” da sociedade feudal, como as de tipo iconográfico. É comum a arte medieval representar grupos sociais que não necessariamente se enquadram nas três ordens pressupostas por Adalbéron, como, por exemplo, os universitários, os mercenários, os burgueses, os trovadores, entre outros.

 

Considerando isso, em uma das aulas colocamos em prática uma intervenção apresentando um slide composto apenas por imagens que ilustravam estes demais grupos, objetivando problematizar a ideia das três ordens. Nos livros didáticos geralmente vemos iconografias da própria Idade Média sendo dispostas apenas como suporte ilustrativo do conteúdo escrito. Um grande erro, já que imagens deste período são uma cultura que testemunha sobre ele (MACEDO, 2005), portanto, também uma fonte para o compreender. No âmbito do ensino, elas podem vir a ser excelentes ferramentas didáticas.

 

 

 Imagem III: Print do slide utilizado na intervenção sobre o imaginário das três ordens. Setembro de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

Por volta do mês de outubro, teve início a Unidade II da disciplina. Para auxiliar os alunos em seus estudos, a monitoria decidiu produzir fichamentos da nova bibliografia que seria debatida em aula. Contudo, pensamos em tornar um pouco mais dinâmica esta atividade, do que apenas elaborar resumos de textos. E se produzíssemos fichamentos com uma linguagem mais cativante? Surgiu então a ideia da criação de uma página na rede social Instagram dedicada à disciplina de História Medieval I. 

 

Semanalmente produzíamos fichamentos dos textos das aulas que eram dispostos na forma de posts no Instagram. Para cada um deles foi produzida uma “arte” na plataforma de designs Canva. Durante a leitura da bibliografia, escolhíamos alguns excertos dos textos, os que mais sintetizavam o debate proposto pelo trabalho, e os citávamos nas artes. Na descrição constava um fichamento da bibliografia na forma de texto corrido.

 

Imagem IV: Print de um post do Instagram da monitoria. Outubro de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

Com o Instagram, foram elaborados também fichamentos na forma de vídeos, como se deu para a aula com o tema “As migrações germânicas e a formação do mundo carolíngio”. Aqui a rede social foi utilizada para a divulgação do material audiovisual, já que ele tinha a duração de dez minutos e a plataforma permitia apenas um. O produto completo esteve disponível na pasta do Drive da turma.

 

Imagem V: Print do resumo em vídeo feito pelo monitor Claudio Kuievinny Duarte para a aula de migrações germânicas e mundo carolíngio, disponível no Google-Drive da turma. Outubro de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

Outro trabalho da monitoria que se serviu desta linguagem descontraída no ensino e no contato com os alunos, foi com o uso dos “memes”. Longe de uma mera frivolidade das mídias sociais, os memes são um transmissor cultural, e, portanto, uma fonte histórica, possível de ser utilizada enquanto ferramenta didática nas aulas de História (CADENA, 2018). Notávamos o quanto era frequente nos grupos de WhatsApp a circulação de posts de páginas do Facebook e Instagram que enfatizavam a Idade Média tipificada da “noite de mil anos”. Como um tipo de contestação a essas produções, decidimos nós mesmos criarmos memes para a página do Instagram da monitoria, que estivessem em diálogo com a bibliografia da disciplina.

 

Em um dos memes elaborados, o famoso medievalista francês Jacques Le Goff decapita a “Idade das Trevas”. Serviu como tema para o meme o episódio da série norte-americana Game of Thrones (2011-2019), produzida pelo canal televisivo HBO. A ideia surgiu a partir de um outro meme que tivemos acesso, um recorte de uma cena da série de comédia romântica Modern Love (2019). Neste seriado, atua Kit Harington, ator que também encenou na série Game of Thrones, como o personagem John Snow. Uma das dúvidas dos alunos durante a disciplina foi com relação ao que seria um “medievalista”, o pesquisador que se dedica a estudar a Idade Média a partir das fontes do período. Muitos acreditavam ser o homem ou mulher que teria vivido no medievo. No meme de Modern Love, um personagem que conversa com “Michael”, papel interpretado por Kit Harington, associa a função do “medievalista” à série de TV Game of Thrones. O humor da cena é de imediato capitado pelo espectador, que sabe que o ator esteve no outro seriado.

 

Imagem VI: Meme criado pelos monitores para o perfil do Instagram. Outubro de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

Imagem VII: Meme da série Modern Love (2019) utilizado no post do Instagram. Outubro de 2022. Fonte: arquivo da monitoria.

 

O nosso último trabalho na monitoria foi a idealização e ministração da última aula da disciplina. Desde o início do semestre nos foi sugerido pelo Professor Guilherme Queiroz esta atividade, a qual acatamos com entusiasmo. Lecionar para uma turma de graduação, apesar de forma remota, seria uma experiência singular em nossa formação, já que a metodologia das aulas deste nível do ensino se diferencia bastante das do Ensino Básico, com as quais mais lidamos na graduação por conta dos componentes dos estágios. Dos temas sugeridos pelo professor, escolhemos o “Movimento monástico”.  Entre novembro e dezembro passamos a recolher a bibliografia que serviria de base para a aula. As duas exposições realizadas foram um sucesso.

 

Imagem VIII: Registro da aula ministrada pelo monitor Victor Medeiros Garcia sobre monasticismo. Dezembro de 2021. Fonte: arquivo da monitoria.

 

Considerações Finais

Atuar em um projeto de monitoria durante a graduação é sempre um grande aprendizado, mas a experiência deste em particular foi algo singular em nossa formação, pela necessidade que tivemos de exercer a docência em um contexto cujo contato e convivência face a face entre os indivíduos quase não existia. Em meio a pandemia de covid-19, para que a prática docente se concretizasse, nos sobrou como alternativa o emprego das tecnologias digitais no ensino. Em nosso tempo, a tecnologia oferece uma grande contribuição à educação, e vale se munir dela e de uma educação a distância, mas deve-se sempre saber que nada substitui a relação humana na educação, inerente a ela (BRANDÃO, 2002). 

 

Ao longo dos quatro meses de monitoria no ensino remoto, a criação dos produtos didáticos com o emprego dos TDICs nos trouxe dois grandes aprendizados: o ofício docente requer do profissional da educação a capacidade de se adaptar em meio aos contextos; cabe a ele também o exercício criativo de como, a partir das ferramentas que dispõe (no nosso caso, as tecnologias digitais) poder expor os conteúdos da sua disciplina. Tudo isso experimentamos com a criação dos produtos didáticos, como o perfil do Instagram, os memes, os encontros via plataforma do Google-Meet, e os demais produtos.

 

Por fim, tratando-se do ensino de História Medieval, aprendemos que enquanto professores, em hipótese alguma devemos prestar o conteúdo de nossas aulas às concepções imaginadas da Idade Média, a “Idade das Trevas” ou a “Idade Dourada”, que, como vimos, vagueiam tanto pelas mídias sociais. Há tempos essas concepções foram abandonadas por pesquisadores sérios, cujos trabalhos, vários com linguagens próximas, são de fácil acesso ao docente. Atualizar o ensino de História medieval nos níveis do Ensino Básico e Superior, é hoje, e sempre será, um dever. 

 

Referências biográficas

Claudio Kuievinny Duarte, estudante do curso de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e membro do Gradalis: Grupo de Estudos Medievais (UFPB)

 

Victor Medeiros Garcia, estudante do curso de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e membro do Gradalis: Grupo de Estudos Medievais (UFPB)

 

Referências bibliográficas

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.

 

CADENA, Silvio R.G. Novos objetos para o ensino de história: Os memes na sala de aula. Recife: XII encontro estadual de História da ANPUH-PE “História e os desafios do tempo presente”, 2018.

 

CARNEIRO, Leonardo de Andrade et al. Uso de tecnologias no ensino superior público brasileiro em tempos de pandemia COVID-19. Research, Society and Development, v. 9, n. 8, p.1-18, 2020.

 

CERRI, Luís Fernando. Ensino de História e Consciência Histórica. Rio de Janeiro: FGV, 2011.

 

ECO, Umberto. Introdução à Idade Média. In: Umberto Eco (org.) Idade Média. bárbaros, cristãos e muçulmanos. Alfragide: Dom Quixote, 2014. Vol 1.

 

HARARI, Yuval Noah. Notas sobre a pandemia e breves lições para o mundo pós coronavírus: Artigos e entrevistas. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. 

 

MACEDO, José Rivair. Repensando a Idade Média no ensino de história. In: KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005, p.109-126.

 

PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: São Paulo: Unesp, 2000.

 

PEREIRA, Nilton Mullet & GIACOMONI, Marcello Paniz. A Idade Média imaginada: usos do passado medieval no tempo presente. In: Café História- a história feita com cliques. Disponível em: www.cafehistoria.com.br/usos-do-passado-medieval-idade-média/ .Publicado em: 09 de setembro de 2019.

 

RONDINI, Carina Alexandra et al. Pandemia do Covid-19 e o ensino remoto emergencial: mudanças na prática docente. Educação, v. 10, n. 1, p. 41-57, 2020.

 

SILVEIRA, Aline Dias da. História global da Idade Média: estudos e propostas epistemológicas. Roda da Fortuna, v. 8, n. 2, p. 210-236, 2019.

5 comentários:

  1. Parabéns pelo trabalho. Como vocês perceberam as contribuições da monitoria para o processo de ensino-aprendizagem dos discentes?

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  2. Percebemos que os debates realizados em aula e nas tutorias (via vídeo chamadas no Google-Meet) contribuiram para a melhor organização das atividades (organização dos slides, referências bibliográficas, leituras, análises e interpretação das fontes) por parte dos discentes. Também pudemos notar o um grande interesse dos alunos pelas temáticas (filmes históricos, apropriação do passado medieval; história do islamismo; conexoes entre Europa, África e Ásia na Idade Média; interpretacoes e limites dos dados econômicos na tese de Henri Pihene) abordadas ao longo do período e como aborda-las em sala de aula no ensino de história.

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    1. O comentário (em 16 de setembro de 2022 10:55) foi elaborado por Victor Medeiros Garcia, graduando em história pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e membro do Gradalis Grupo de Estudos Medievais (UFPB).

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  3. Claudio Kuievinny Duarte16 de setembro de 2022 às 15:18

    Notamos que em diversas atividades avaliativas havia a possibilidade/necessidade de um acompanhamento mais “próximo” ao discente (de muito proveito, caso ele exista). A participação da monitoria, fomentando atividades de auxílio ao aprendizado, como revisões, consultorias, indicações bibliográficas, ajudava a frisar os conteúdos ministrados pelo professor, retirar dúvidas restantes das aulas, ou mesmo auxiliar durante a construção das atividades dos alunos. Percebíamos que os projetos implementados tinham sucesso quando eles próprios vinham até nós agradecer pela ajuda.

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  4. Victor Medeiros Garcia16 de setembro de 2022 às 22:36

    Percebemos que os debates realizados em aula e nas tutorias (via vídeo chamadas no Google-Meet) contribuiram para a melhor organização das atividades (padronização dos slides, referências bibliográficas, leituras, análises e interpretação das fontes) por parte dos discentes. Também pudemos notar o um grande interesse dos alunos pelas temáticas (filmes históricos, apropriação do passado medieval; história do islamismo; conexões entre Europa, África e Ásia na Idade Média; interpretações e limites dos dados econômicos na tese de Henri Pihene) abordadas ao longo do período e como aborda-las em sala de aula no ensino de história.

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