Guilherme Oliveira Claudino e Ygor Klain Belchior

 

A CIDADE DOS PORCOS: O MITO DA IDADE MÉDIA EM GAME OF THRONES

  

Este texto é resultado de duas bolsas do Programa Institucional de Apoio à Pesquisa da UEMG. Fomos contemplados com uma bolsa de Iniciação Científica e outra de Produtividade para o docente.

 

Como acreditamos que a pesquisa não está dissociada do ensino, propomos aqui um exercício didático para professores e professoras sobre o nosso objeto de pesquisa: o mito da Idade Média. A nossa fonte é digital, a série Game of Thrones, e como recorte temático escolhemos as cidades.

 

E por que tal escolha? Porque o nosso objeto neste estudo é o “mito da Idade Média”. E o que seria isso? De acordo com Pernoud (1997), “o mito da Idade Média” é uma visão construída pelos homens do Renascimento, a qual observa o período sob a ótica de “idade das trevas”. Isto é, como marcada apenas por coisas ruins, como massacres, cenas de violência, fomes e epidemias. Não há, segundo a autora, “um dia em que [o medievalista] não ouça alguma reflexão no gênero: ‘Nós já não estamos na Idade Média’, ou ‘Isto é o regresso à Idade Média’, ou ‘É uma mentalidade medieval’" (PERNOUD, 1997, p. 5). E os grandes culpados por isso, de acordo com Pernoud, são os professores de História. Em suas aulas, os docentes sempre focam nos momentos ruins do período, esquecendo das grandes transformações positivas. Em suas palavras: “a Idade Média significa sempre: época de ignorância, de embrutecimento, de subdesenvolvimento generalizado, muito embora tenha sido a única época de subdesenvolvimento durante a qual se construíram catedrais!” (Idem, p. 13).

 

A Idade Média, sempre quando é mencionada, carrega consigo características universais, tais como cavaleiros, reis, guerras, feudo, reinos cruzadas, fome, peste e sujeira.  É como se essa “forma” mitológica da Idade Média existisse mesmo sem a Idade Média estar realmente presente. Um grande culpado pela reprodução do “mito da Idade Média” talvez não tenha sido mencionado nos textos de Pernoud devido à temporalidade em que ela escreveu, um momento em que a mídia ainda não era grande objeto de crítica por parte dos historiadores. Essa preocupação veio à tona nas últimas décadas, momento em que a pesquisa histórica percebeu que muitas dessas “representações e de imagens em perpétuo movimento, amplamente difundidas na sociedade, de geração em geração”, são o resultado do contato do público com as produções audiovisuais.  De acordo com Meneses (2019, p. 2), nos últimos anos houve

 

“uma profusão de novos produtores e de lugares de narrativas históricas que para grandes audiências. A título de exemplo, podemos notar como o passado tornou-se uma febre na produção midiática quando somente entre o ano de 2017 e o primeiro semestre de 2018, considerando novelas e minissérie produzidas em canais abertos no Brasil, contabilizamos 11 programas ambientados em outras temporalidades, desde o século XVI antes de Cristo, passando pela Idade Média, até década de 1980.  Além da Tv aberta, existem outros canais especializados em narrativas que pretendem falar de um lugar científico da produção histórica com fontes, especialistas e conteúdos frutos de investigações diversas, como History, H2, Discovery Civilization e uma série de outros produtos voltados ao tema.”

 

No Brasil, essa preocupação é bem recente. E ela veio junto ao advento do fenômeno dos negacionismos históricos e da Fake History, quando os historiadores das universidades perceberam que teriam que se preocupar com o seguinte fato: as pessoas também se informam sobre o passado fora da sala de aula. A essa modalidade, os historiadores atribuíram o nome de História Pública, modalidade a qual, segundo (CARVALHO, 2017),

 

“se refere à atuação dos historiadores e do método histórico fora da academia: no governo, em corporações privadas, nos meios de comunicação, em sociedades históricas e museus, até mesmo em espaços privados. Os historiadores públicos estão atuando em todos os lugares, empregando suas habilidades profissionais, eles são parte do processo público [grifo nosso].”

 

Tendo em vista essas considerações é que elaboramos no nosso problema de pesquisa: em que medida “o mito da Idade Média” está presente na série Game of Thrones? Nossa hipótese principal é que mito da Idade Média está presente em muitos momentos da série, principalmente na apresentação das cidades como chiqueiros, e na relação entre os papéis dos personagens e o ambiente urbano, sejam eles protagonistas, coadjuvantes ou figurantes.

 

O mito da Idade Média e as cidades medievais

No texto de Pernoud em que a historiadora define o mito da Idade Média, no que tange às cidades, está focado em sua arquitetura. Sob essa visão, a autora afirma que cidades são entendidas como construídas por arquitetos “desajeitados e inábeis”, os quais usavam apenas pedra e madeira. O arquiteto medieval, por sua vez, não se prendia a nenhuma forma ou metodologia para criar os monumentos, com isso, segundo a autora,

 

“uma questão crucial para a história da arte da Idade Média foi: como é que os escultores puderam reaprender a esculpir? Partia-se do princípio de que a escultura fora uma arte esquecida. Todas as vezes que se tenta fazê-lo são desajeitados ensaios, dignos de uma criança (PERNOUD, 1997, p. 23).” 

 

Vemos aqui que a cidade de Pirenne é menos presente no imaginário do que o referido mito, que através de sua arquitetura “grotesca” compõem um certo medievo imaginado.

 

Entendemos como parte desse medievo imaginado as produções audiovisuais que se apropriam de aspectos da Idade Média, afim de criar histórias fantasiosas baseadas em “reminiscências medievais”. As “reminiscências medievais” são caracterizadas por Macedo (In: MACEDO; MONGELLI, 2009, p. 15), em seu livro A Idade Média no Cinema, da seguinte maneira: são “formas de apropriação dos vestígios do que um dia pertenceu ao Medievo, alterados e/ou transformados com o passar do tempo”.

 

O intrigante na análise de Pernoud é que, apesar de contemplar a arquitetura das cidades, não discorre muito sobre o tema - por exemplo, não avalia a urbanização. Isto nos interessa porque a autora estuda de forma exaustiva diversos aspectos do mito da Idade Média, como o Feudalismo, a presença unânime de servos ligados à terra, a submissão feminina e a inquisição da Igreja, mas não avalia um cenário em que o mito da Idade Média está muito presente: as cidades. Talvez, a autora tenha caído no seu próprio mito, pois, ao não falar das cidades, reforçou a noção de que elas não existiram, uma vez que a sua Idade Média é rural.

 

De modo a compreender como esses mitos são representados na série televisiva Game of Thrones, utilizaremos igualmente o conceito de Neomedievalismo. Primeiramente, precisamos definir o que significa “medievalismo”. Esse conceito se refere a

 

“o Medievalismo pode referir-se ao uso de temas, narrativas, personagens ou estilos medievais na literatura, na arte ou no cinema; em termos políticos, pode significar a recriação de figuras ou eventos históricos para justificar ideologias ou identidades nacionais; pode ainda revelar-se na adopção e adaptação de filosofias medievais para melhor se entenderem questões contemporâneas; e ainda o revivalismo de práticas médicas e científicas medievais” (MARQUES, 2020, p. 61).

 

Neomedievalismo se difere do medievalismo por ser um conceito mais ligado à Fantasia, à criação de novos mundos, e menos ligado à tentativa de uma representação fiel da realidade medieval.

 

A aula

Para uma aula sobre o mito da Idade Média, é importante escolher um material atrativo aos alunos. Nesse sentido, a série Game of Thrones é um excelente material porque oi uma das séries mais assistidas no mundo.

 

A produção da HBO é baseada na série de livros A Song of Ice and Fire, de George R. R. Martin, e foi adaptada para as telas por David Benioff e D. B. Weiss. A primeira temporada da série estreou em 17 de abril de 2011 e a oitava e última temporada estreou em 14 de abril de 2019, terminando em 19 de maio de 2019.

 

Como uma das séries mais famosas dos últimos tempos, podemos afirmar que é uma das grandes responsáveis por apresentar ao público essa imagem mitológica da Idade Média, vejamos.

 

Figura 1: Cartaz da primeira temporada.

Fonte: https://rajksite.com/wp-content/uploads/2019/11/GameOfThronesposter.jpg  (Acesso em: 01/12/2020).

 

No cartaz acima, observamos o personagem Ned Stark, Protetor do Norte, um dos sete reinos do continente Westeros, sentado em um trono de ferro. A simples presença de um rei, portando uma espada, e sentado no trono pode ser entendida em diálogo com os conceitos até então apresentados. Destacamos aqueles que compõem o que chamamos de reminiscências medievais, a saber de que ele foi um longo período feudal, com senhores, reinos, damas e cavaleiros. A perpetuação dessas reminiscências, portanto, cria uma forma, a qual sempre relaciona a Idade Média ao Feudalismo e, como sabemos, o período considerado auge do feudal (XI a XII) não compreende toda a Idade Média (V a XV).

 

Há outros aspectos importantes na ambientação do cartaz. A luz escura e a neblina dialogam com o “mito da Idade Média”, uma vez que produzem a sensação de que este período é de trevas. A “forma” feudal, por sua vez, quando colocada em diálogo com o mito de Pernoud produz a seguinte interpretação para os expectadores: “Então, havia [...] senhores feudais. Então eles estavam sempre a fazer guerras e com os seus cavalos iam para os campos dos camponeses e destruíam tudo” (PERNOUD, 1978, p. 6).

 

Para além do cartaz, podemos observar que esse mito da sujeira e da escuridão aparecem na apresentação das cidades de Westeros, mais especificamente Winterfell e King's Landing.  Tais cidades são exibidas como se fossem uma completa desorganização, chiqueiros, muito menos desenvolvidas que os castelos dos grandes senhores.

 

Assim, quando avaliamos os ambientes citadinos de Game of Thrones, a exemplo do subúrbio de King's Landing, chamado Baixada das Pulgas, e de Winterfell, nos deparamos com a representação de cidades de porcos, com condições de vivência sub-humanas, habitações precárias e cheias de pessoas sujas. Vejamos algumas imagens:

 


Figura 2: Baixada das pulgas em King's Landing.

Fonte: Episódio 3. Temporada 5 (45:53).

 


Figura 3: Winterfell.

Fonte: Episódio 2. Temporada 1 (19:27).

 

Conforme observamos acima, o mito da Idade Média também está presente na estética das construções da série. Segundo Renan Birro (2021), tal estética é depreciativa e pode ser delineada da seguinte maneira: “cenários [...] descritos como ‘pobres’ [...] paredes de pedra, tal como janelas de madeira e armas a serem exibidas.” E ao retratarem as cidades medievais dessa forma, esses cenários deixam de ser apenas informações contidas em uma cena para serem avaliadas como objetos reais.

 

Contudo, tais cidades não são reais. Vejamos o exemplo de cidade de Ragusa, atual Dubrovnik, localizada no sul da Croácia, na costa do Mar Adriático. Escolhemos essa cidade por se tratar do modelo utilizado pelos roteiristas da série para a representação de King’s Landing. Notem que a cidade não é um chiqueiro:

 


Figura 4: A cidade de Ragusa, atual Dubrovnik.

Fonte: https://www.mozaweb.com/Extra-3D_scenes-Ragusa_Croatia_16th_century-282857 (Acesso em 10/10/2021)

 

Partimos, portanto, do princípio que Idade Média de Game of Thrones é a mesma do “mito”, um “período de trevas”, e as cidades são uma evidência importante. A ideia de que o mundo rural, das elites, é colorido, rico, em contraposição à escuridão das cidades, a sujeira, enfim, uma cidade de porcos. Assim, ao confrontar as evidências históricas com a série, o (a) professor (a) poderá exercitar nos (as) estudantes como a estética dos cenários podem colaborar para uma visão deturpada de uma Idade Média de trevas.

 

Referências biográficas

Dr. Ygor Klain Belchior, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, Coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em História Antiga, Medieval e da Arte, bolsista de produtividade PAPq-UEMG.

 

Guilherme Oliveira Claudino, discente da Universidade do Estado de Minas Gerais, Pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em História Antiga, Medieval e da Arte, bolsista PAPq-UEMG.

 

Referências bibliográficas

ALMEIDA, Juniele Rabêlo; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira, (organização). Introdução à história pública. São Paulo: Letra e Voz,2011.

 

BIRRO, R. M. 'Eu planejo fazer algo como um game de fantasia medieval': RPG Makers e a estética neomedieval em RPG's digitais. SIGNUM - REVISTA DA ABREM, v. 22, p. 132-159, 2021.

 

CARVALHO, Bruno Leal Pastor de; TEIXEIRA, Ana Paula Tavares.  História pública e divulgação de história.  São Paulo, SP: Letra e VOZ,2019.

 

MACEDO, J. R.; MONGELLI, L. M. A Idade Média no cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.

 

PERNOUD, R.P. O mito da Idade Média. Portugal: Europa-América, 1997.

7 comentários:

  1. Olá, boa tarde

    Parabéns pela sua comunicação.

    Eu gostaria de fazer a seguinte pergunta de procedimento:

    Vocês passaram o vídeo da série para os alunos/a, já que nem todos os discentes possuem acesso a essa tecnologia?

    Além disso, a estética medieval da sujeira/servos/cidades e limpeza/nobreza/campo de "Game of Thrones" poderá ser extendida para "House of thr dragons"?

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde Danilo, obrigado pelo comentário.

    Primeiramente buscamos entender as dificuldades de acesso e as formas que poderíamos levar essa produção para os alunos. Então, primeiramente optamos por essa série, tendo em vista, aqueles alunos que têm os mais simplórios aparelhos. Pois, Game Of Thrones para aqueles que não podem assinar um serviço de stream pode ser consumida por meios não oficiais que os jovens têm um considerável domínio. E como você disse, para aqueles que não tem nenhum acesso a essa tecnologia buscamos passar em sala de aula trechos que achamos pertinentes da série e que corroboram com o nosso trabalho. Sendo que, seria impossível tomando as nossas ferramentas de pesquisa e metodologia não trabalhar com esses alunos a nossa fonte. Com isso, mediante a nossa curadoria extraímos trechos visando a otimização do tempo em aula, sendo que, sabemos também da dificuldade do professor de utilizar essas tecnologias em sala de aula e a luta que existe não somente para manter a atenção deste discente e também não perder tempo montando o aparato necessário.

    Por fim, essa estética torna-se um padrão perceptível na maioria das séries que buscam essa temática. Pois, ainda que a série não esteja completa até o presente momento, já no livro "Fogo e Sangue" podemos notar a existência desses sujeitos e localidades. E, levando em consideração que a construção desse ambiente necessita do uso dessas figuras bem como esses filtros medievais. Acredito que possa se extender para "House of the Dragons" essa estética medieval. Digo isso, primeiramente por ser uma produção derivada do universo GOT, também, por conta de na trama já podermos notar algumas "reminiscências medievais"( válido consultar o livro de José Rivair Macedo intitulado "A Idade Média no Cinema") na construção dos personagens e até mesmo na existência dos famosos dragões. Para fechar, HOTD é uma produção que visa o lucro e sucesso, sendo assim, ela se utilizará dos diversos meios e estéticas para alcançar um maior público e com isso novamente reitero que essa estética estará presente.

    ResponderExcluir
  3. Uma excelente escolha de tema e abordagem de conteúdo na sala de aula, parabéns pelo trabalho!

    Sabendo que podemos usar séries como GoT, HOTD e a saga de O Senhor dos Anéis pra elucidar as aulas de história usando do neomedievalismo, quais obras podemos utilizar para trazer às aulas de história medieval uma pitada a mais de realidade?

    Att.: Maria Sabrina Barbosa Vieira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia Maria, Obrigado pela pergunta.

      Pensando na problemática abordada em sua pergunta, acredito que todas as obras bebem um pouco do pote da veracidade, entretanto, nós professores devemos nos valer da seguinte pergunta: " Até onde essa veracidade está empregada?". Sendo assim, para se trabalhar certo tema medieval, devemos primeiramente construir a figura, local, acontecimento que queremos trabalhar com os nossos alunos. E após isso escolhendo a obra a seu gosto você pode levar o aluno a fazer uma análise abordando os pontos que se quer trabalhar. Um exemplo é quando Eddard Stark chega a King's landing e fazem um torneio de justas com os cavaleiros. E nessas cenas aparecem cavaleiros que se assimilam muito como forma no medievo. Deixarei um link do momento que esses mesmos aparecem: https://www.youtube.com/watch?v=UcnFPp2mFoc.

      Utilizar essas obras em sala de aula buscando alguma que tenha uma realidade abrangendo a sua totalidade é uma missão quase impossível. Mas, trabalhando no aluno antecipadamente o que foram esses objetos que você porventura queira trabalhar aquela realidade que parece ínfima aos primeiros olhares, agora, ressalta aos olhos devido a criticidade que estes mesmos terão frente a essa produção.

      Caso queira alguma indicação mais pontual deixo meu e-mail à disposição: guilherme.2093303@discente.uemg.br


      Excluir
  4. Excelente texto! Trazer fatos da realidade dos alunos para o ensino de história faz com que tal ensino se torne algo mais dinâmico.
    Pensando nessa mesma via das séries sobre o período medieval temos vastas produções de jogos de vídeo game que abordam a mesma temática, como The Witcher e A plague tale por exemplo, mas também apresentam o mesmo problema.
    Pensando nesse fator, além de indagar as produções midiaticas que são voltadas para o consumo e que aquela representação não é a verdade que se tinha na época, de que modo nós, professores de história, poderíamos utilizar esses produtos para ilustrar esse período, já abordados como problemáticos (as séries, filmes, jogos) e em especial a série GOT? Existem aspectos na série que apresentam certa veracidade que possam ser utilizadas nas aulas?
    Att, Pietra Ida Leone Sol

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia Pietra, Obrigado Pela Pergunta.

      Pois bem, a série de GOT faz uso de figuras e acontecimentos para gerar primeiramente essa familiaridade no espectador e assim conseguindo trazer a atenção desse mesmo. Com isso, a série pode ser utilizada primeiramente para exercitar o senso crítico nos alunos, isto é, apresentando para eles antecipadamente um assunto e posteriormente a produção em questão nós professores podemos suscitar que esses alunos criem perguntas relacionando os seus conhecimentos. Dentro também dessa criação do senso crítico, podemos trabalhar no aluno as razões desses usos e o porquê de não se colocar o que fora de o acontecimento ou a figura.

      Existem sim aspectos em GOT que bebem dessa veracidade histórica mas vale ressaltar que esses aspectos nada mais são que reminiscências medievais. Conceito esse que se define por: MACEDO; MONGELLI, 2009, p. 15), em seu livro A Idade Média no Cinema, da seguinte maneira: são “formas de apropriação dos vestígios do que um dia pertenceu ao Medievo, alterados e/ou transformados com o passar do tempo”. Partindo desse pressuposto, deixei na pergunta acima um link do youtube com uma bela representação de cavaleiros, esta contém o mito do cavaleiro medieval trajado todo de uma armadura sem cores e representado sendo uma máquina de matar. Ao mesmo tempo o outro cavaleiro que se assemelha um pouco como no medievo foram esses guerreiros, com armaduras coloridas sendo muitas das vezes versados e corteses. Deixo também alguns links com uma outra passagem, agora representando o que na série têm por nome "casamento vermelho" e que na vida real foi o "Jantar Negro" na Escócia.
      Links:
      Vídeo:https://www.facebook.com/watch/?v=363979378502080
      Explicação 1:https://gameofthrones.fandom.com/pt-br/wiki/Casamento_Vermelho
      Explicação 2:https://rollingstone.uol.com.br/noticia/casamento-vermelho-de-game-thrones-e-baseado-em-historia-real-conheca/

      Excluir
  5. Olá, parabéns pelo seu texto. Gostei bastante da apresentação e da escrita. Gostaria de dizer que, enquanto professora, já citei a série como exemplo de representação de mitos acerca do período medieval. Acredito que pode ser uma fonte para a discussão em sala de aula a partir da confrontação com outras fontes, no sentido de desmistificar aspectos que compõe estes mitos.
    Gostaria de saber se vocês já analisou, ou tem interesse em pesquisar, as questões de gênero e sexualidade presentes na série? E, caso sim, de que forma elas poderiam ser abordadas em sala de aula?
    Att. Jessica Caroline de Oliveira

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.