Paulo Roberto de Azevedo Maia

 ELES NÃO USAM BLACK TIE: O FILME E O ENSINO DE HISTÓRIA


O ensino de história tem avançado muito nos últimos anos em relação a utilização de materiais audiovisuais como elementos de problematização de aulas. Desde a década de 1970 quando Marc Ferro (1976) propôs uma maior atenção do historiador para com o cinema, temos visto filmes surgindo como objeto de análise, portadores de uma linguagem capaz de expressar o passado de forma mais objetiva ou através de leituras mais subjetivas, complexas e alegóricas.  A proposta desse texto é refletir sobre um tema de relevância para pensar o período de abertura política no Brasil e o papel que o cinema teve no esforço de analisar a realidade de sua época. Portanto, quero levantar possibilidades de pensar os filmes produzidos durante o período da abertura política como forma de entender suas leituras do processo de luta democrática que visavam o fim do regime autoritário no Brasil e a reação institucional a isso. Desenvolver atividades didáticas nas aulas de história com esse tema pode ajudar na forma como o aluno compreende a percepção dos cineastas sobre a realidade histórica do seu tempo e como isso pode ser visto como um problema a ordem instituída. Entre vários filmes que são citados, quero destacar Eles Não Usam Black Tie, dirigido por  Leon Hirszman em 1981, obra da cinematográfica brasileira que tinha como tema as classes populares, em especial o operariado, analisando sua proposta narrativa de intervenção política em termos de luta de classes. Essa obra suscitou reações da censura o que implica numa proposta de ensino de história que deve levar o aluno a análise de material audiovisual, mas também de documentação do departamento de censura federal.

 

Falar sobre filmes e como cineastas fazem a leitura do mundo é pensar em imaginário. O estudo da produção cinematográfica durante a abertura política no Brasil implica em refletir sobre o imaginário político da sociedade o que pressupõe referenciais teóricos precisos. O conceito de imaginário é entendido aqui como o faz Corneluis Castoriadis que vê o imaginário como criação e não como reflexo, ou seja: “O imaginário de que falo não é imagem de. É criação incessante e essencialmente indeterminada (social-histórica e psíquica) de figuras/formas/imagens, a partir dos quais somente é possível falar-se de alguma coisa”. (CASTORIADIS, 1978, p. 13)

 

A atuação do cinema foi importante no fortalecimento do imaginário, não por criar as condições para formação de um público favorável as ideias democráticas, mas por reforçar uma tendência já manifesta nas iniciativas do governo de propor a abertura e da sociedade através das manifestações contra o regime. Dessa forma, a atuação desses veículos na manipulação de símbolos pode ser vista como faz Bazco: 

 

“Exercer um poder simbólico não consiste meramente em acrescentar o ilusório a uma potência “real”, mas sim em duplicar e reforçar a dominação efetiva pela apropriação dos símbolos e garantir a obediência pela conjugação das relações de sentido e poderio.” (BACZKO, 1985, p. 298)

 

A partir desse referencial teórico observamos a importância da mídia audiovisual ao estabelecer sistemas simbólicos capazes de interferir na sociedade. Os cineastas motivados pelo imaginário da abertura, auxiliaram, de forma direta, no fortalecimento da luta democrática. 

 

Uma brevíssima bibliografia

A questão do imaginário, das representações, da manipulação de símbolos por parte da produção e leituras históricas objetivas do cinema são motivo de estudo de alguns historiadores que se dedicaram a refletir sobre a produção cinematográfica do período da abertura política no Brasil. Apresento alguns trabalhos significativos para o tema.

 

De forma mais especifica, o trabalho A greve no cinema, o cinema na greve: memórias dos metalúrgicos do ABC (1977-1991) de Maria Carolina Granato da Silva (2008) apresenta um o embate entre a visão dos cineastas e a memória dos trabalhadores sobre a greve do setor automobilístico na região do ABC em São Paulo. Através da análise de vários filmes como A greve de março de Renato Tapajós e Greve de João Batista de Andrade exemplifica como se deu a produção e leitura da realidade no mesmo momento em que ela se passava, quase assumindo um olhar jornalístico. As análises posteriores como do filme Linha de montagem de Renato Tapajós, produzido em 1981, e ainda, próximo, temporalmente, dos acontecimentos permitiu o resgate do discurso dos protagonistas das grandes greves do ABC. Seguindo a intenção de refletir sobre a produção cinematográfica e a formação da memória, o filme ABC da greve de Leon Hirszman, obra inacabada que viria a ser conhecida do grande público somente em 1991, está inserida nesse contexto e é um olhar representativo da época.

 

Em uma perspectiva mais específica a dissertação A luta operária no cinema militante de Renato Tapajós de Krishna Gomes Tavares (2011) desenvolve a análise sobre a trajetória do cineasta engajado Renato Tapajós que depois de sair da prisão pelo seu envolvimento na luta armada fez uma série de documentários curtas numa parceria com o sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, culminado com o longa Linha de Montagem de 1981. A intenção maior foi analisar a constituição de um cinema que auxiliasse na formação política dos trabalhadores durante o período ditatorial.

 

Os trabalhos de Granito (2008) e Tavares (2011) são contribuições importantes para o tema dessa pesquisa, ajudando a compreender o imaginário do operário naquele período, no entanto, não avançam na compreensão das relações desses filmes com o Estado e a mídia impressa já que não enfatiza a ação da censura e a dos jornais e revistas o que é o objetivo desse trabalho.

 

Importante para pensar a questão da censura no Brasil é o livro de Inimá Simões, Roteiro da Intolerância – A censura cinematográfica no Brasil (1999). Nessa obra, o autor faz um estabelece um panorama da ação da censura durante grande parte do século XX no Brasil, analisando os contextos e os filmes censurados. Seu trabalho se inicia com o fim do Estado Novo e prossegue até o fim da ditadura militar na década de 80, analisando a ação da censura e de sua articulação interna, bem como a reação da sociedade civil. Analisa, ainda, a ação da censura de filmes nacionais e estrangeiros procurando destacar como o conteúdo, seja ele de natureza política ou moral, ameaçava a ordem estabelecida. Assim como nas duas teses citadas, Inimá Simões também não faz um trabalho sistemático de leitura dos pareceres da censura ligados aos filmes que abordam o operariado, já que se trata de obra de recorte temático bastante amplo e não tem como preocupação pensar a imprensa. 

 

Analisando documentos

O interesse em levar adiante a proposta de pensar sobre um filme que tem como tema os trabalhadores e suas lutas políticas e que foi lançado no período de abertura política está em resgatar uma parte da história do imaginário político da época que mantém, de forma pouco sistemática, viva na memória daqueles que viveram os últimos anos da ditadura civil-militar. Trata-se, portanto, de fazer um trabalho de leitura de fontes diversas que vão da escrita a fílmica até a análise de documentos oficiais e publicações da grande imprensa.

 

Siegfried kracauer (1988), ao analisar o cinema expressionista alemão, considerou a importância do contexto histórico no estudo dos filmes, devido ao realismo impregnado na obra pelo seu próprio tempo. A análise fílmica deveria acontecer de forma sistemática e detalhada com o esforço do historiador em lançar a imaginação a serviço dos fatos. O filme Eles não usam Black Tie ao ser objeto de estudos de alunos e professores deve ser analisado minuciosamente, com o intuito de revelar o discurso explícito, as referências diretas e as estratégias alegóricas desenvolvidas.  A análise do contexto histórico deve ser motivo de especial atenção, pois permitirá estabelecer relações com a obra, bem como os impactos provocados na opinião pública e na crítica especializada.

 

Partindo da premissa de que “um documento é sempre portador de um discurso que, assim considerado, não pode ser visto como algo transparente” (CARDOSO & VAINFAS, 1977, p. 377), é necessário estar atento ao discurso e suas minúcias. 

 

Segundo Jacques Les Goff um documento é sempre um monumento e requer, portanto, cuidados especiais. A leitura documental exige um rigor, respeitando a carga de valores da época de sua produção, assim como da atualidade, mas evitando a sacralização de seus conteúdos.  Dessa forma, a análise de documentos oficiais como é o caso dos pareceres da divisão de censura federal, bem como outras fontes são de fundamental importância. Para tal é necessário à utilização da documentação da sobre o cinema brasileiro disponível na internet. O site “Memória da Censura Brasileira" disponibiliza mais de cinco mil documentos que incluem processos de censura, material de imprensa e relatórios do DEOPS de 175 filmes brasileiros e pode ser acessado pelos alunos.

 

Explorando um tema: a censura

Parto do pressuposto de que a ação de movimentos da sociedade civil pró-redemocratização e a iniciativa do general João Baptista Figueiredo de levar adiante o processo de liberalização política colaboraram na constituição de um imaginário da abertura que interferiu na tomada de decisões do departamento de censura federal. A ação dos censores foi eficaz com muitos filmes sendo censurados total ou parcialmente, mas ao mesmo tempo, a consciência de que a ditadura civil-militar estava em declínio, fez com que seus trabalhos fossem feitos com maior cautela e materiais que antes seriam proibidos, foram aprovados para exibição. A reflexão sobre o filme Eles Não usa Black Tie deve ser feita a partir do confronto de sua narrativa com a documentação do período, mas precisamente, os pareceres da censura federal.

 

As produções cinematográficas do período 1978 – 1985 refletiram o fortalecimento do espírito da abertura política ao levantar temas polêmicos e vivenciados pela sociedade no período. Com uma produção cultural de massa cada vez mais crítica não havia como o governo não se dar conta e até órgãos como a divisão de censura federal passaram a ter mais cuidado no sentido de não ferir as expectativas de democratização da sociedade ou mesmo os propósitos do governo de levar adiante um processo de distensão que pode ser considerado, para alguns, como uma forma de conservadorismo político. Um exemplo dessa mudança no governo durante a abertura está no departamento de censura federal que continuou a manter uma política de rigoroso controle sobre a produção cultural brasileira, emitindo certificados de censura para a televisão e para os filmes poderem ser exibidos nos cinemas nacionais ou mesmo para sua exibição na televisão ou em festivais internacionais. A função dos censores continuava praticamente a mesma, liberando ou proibindo os filmes, ou ainda, determinando cortes para sua liberação. Verifica-se um alto grau de profissionalização que a censura vai adquirindo ao longo do tempo. Os censores, antes considerados despreparados e eternizados em contos anedóticos que mostravam a incompetência do seu trabalho, passaram a ter uma formação cada vez mais rigorosa a ponto de ter aulas de crítica cinematográfica com grandes nomes da história e teoria do cinema no Brasil como é o caso de Paulo Emílio Salles Gomes que em 1966 ofereceu, a pedido do governo, um curso de crítica cinematográfica para os censores brasileiros. Essa tendência só fez crescer na década de 70 e o que nos chama a atenção está na mudança de perspectiva dos censores a partir da abertura política. 

 

A preocupação com o tema do operariado, no período da Abertura Política, está presente em filmes documentários como ABC da greve (1979) de Leon Hirszman; Braços Cruzados, Máquinas Paradas de Roberto Gervitz e Sérgio Toledo; Linha de Montagem (1982) de Renato Tapajós e o curta metragem Greve de Joaquim Pedro de Andrade.    Mas os trabalhadores não são preocupação exclusiva da produção documentária, mas também nas obras de ficção que trazem o tema do operariado como foco central. Eles não usam Black Tie, sucesso do teatro de Arena no final da década de 50 e com roteiro adaptado para o cinema pelo próprio autor da peça, Gianfrancesco Guarnieri, trouxe de volta o tema das greves e os conflitos entre patrão e empregados, trabalhadores conscientes e manipulados pelos patrões e o problema da falta de consciência de classe dentro do âmbito familiar ao discutir a relação do filho “pelego”,  com o pai sindicalista. O tema do filme tinha um conteúdo  explosivo e progressista, principalmente se levarmos em conta o período, pois o país ainda vivia uma ditadura, mas  ele foi liberado pela censura federal que considerava:

 

“O assunto é deveras tendencioso, contendo um estopim de pólvora, porém, realidade, atualmente, existentes e impossíveis de silenciá-las sem esbarrar na tão falada abertura política. Se alguma restrição houver será alardeada incontinenti pelos interessados e, certamente, liberado mais tarde por outras instâncias em consonância com o diálogo de inteiração política existente, garantindo, destarte, uma promoção gratuita, além de, corroborar na elevação dos malefícios de sua mensagem dirigida. Pelo exposto, quanto ao exame censório com vistas às diversões públicas, cremos que, o mesmo, mostra-se plausível à liberação para a chancela máxima: DEZOITO ANOS.” (DPF-DCDP-Parecer nº 4925/80)

 

A grande novidade nesse tipo de parecer é o reconhecimento de que o processo de abertura estava intervindo nos rumos das decisões de um órgão que sempre teve papel importante na formulação de uma estratégia de manipulação do governo. Não existia mais espaço para criação de um imaginário alheio ao espírito de redemocratização. Se era intenção desse órgão manter laços firmes com o autoritarismo, isso se daria de forma muito mais sutil. O tema democracia e seus derivados não poderiam ser tratados de qualquer forma, seria necessário estar atento às reações da sociedade.

 

A percepção de um imaginário da abertura através dos filmes, dos pareceres da censura e da repercussão desses na mídia impressa é um caminho de mão dupla, afinal, ao mesmo tempo em que o imaginário influencia a sociedade, também é influenciado por ele, o que torna o confronto dessas narrativas mais instigante na medida que os alunos poderão perceber uma certa dinâmica nas relações políticas.

 

Considerações finais

O estudo do período da abertura política do regime civil-militar no Brasil é importante devido ao momento que começa a estabelecer as bases do regime democrático que estava por vir. Os alunos do ensino  fundamental ou médio podem, a partir da análise fílmica e de documentação, confrontar vários olhares sobre o período e compreender as formas de articulação da luta pela volta da democracia ao Brasil, mas também perceber como os discursos tem sua relevância na medida que ameaçam a ordem estabelecida e, como podemos perceber na narrativa do parecer da censura federal em relação a liberação do filme Eles Não Usam Black Tie a publicidade disso pode ser avaliada como mais perigosa do que a própria mensagem, uma vez que mais pessoas teriam contato com a narrativa. 

 

O ensino de História ao proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre aspectos do imaginário de uma sociedade que está em processo de liberalização política pode ajudar na construção de valores democráticos e a análise fílmica feita no confronto com documentos oficiais oferece a possibilidade de um estudo mais específico na análise do período.

 

Referências biográficas

Dr. Paulo Roberto de Azevedo Maia – Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

 

Referências bibliográficas

AQUINO, Maria Aparecido de. Censura, Imprensa, Estado Autoritário (1968-1978), Bauru: EDUSC,1999.

 

BACZKO, Bronislaw, “Imaginação Social”, in Romano, Ruggiero (Dir.). Enciclopédia Einaudi, Vol. 5. Anthropos – Homem. Lisboa: Imprensa/Casa da Moeda, 1985.

 

CASTORIADIS, Cornélius. A Instituição Imaginária da Sociedade. 3 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1982

 

CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Domínios da História: Ensaio de Teoria e Metodologia. RJ: Editora Campus, 1997.

 

DEPARTAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL, Divisão de Censura de Diversões Públicas, Parecer nº 4925/80.

 

DUARTE, Celina Rabello. Imprensa e Redemocratização no Brasil: Um Estudo de duas Conjunturas, 1945 e 1974-1978, dissertação de mestrado, Programa de Estudos de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: 1987.

 

FERRO, Marc. O filme: uma contra-análise da sociedade. História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, p. 199-215, 1976.

 

FICO, Carlos. Além do golpe: Versões e controvérsias sobre o golpe de 1964 e a Ditadura Militar. Rio de Janeiro: Record, 2004. 

 

GASPARI, Elio. A ditadura escancarada, São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

_____________; HOLLANDA, Heloísa Buarque de; Ventura, Zuanir.  Cultura em Trânsito: da repressão a abertura, Rio de Janeiro: Aeroplano Editora, 2000.

 

KRACAUER, Siegfried. De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema. Jorge Zahar, 1988.

 

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. Editora Contexto, 2003.

 

SILVA, Maria Carolina Granato da. O cinema na greve e a greve no cinema: memórias dos metalúrgicos do ABC (1979-1991). Niterói: doutorado, 2008.

 

SIMÕES, Inimá Ferreira. Roteiro da intolerância: a censura cinematográfica no Brasil. São Paulo: Senac, 1998.

 

TAVARES, Krishna Gomes. A luta operária no cinema militante de Renato Tapajós. 2011. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.


2 comentários:

  1. Fabrício José Pimenta de Araújo.14 de setembro de 2022 às 22:20

    Boa noite professor Paulo Roberto de Azevedo Maia! Primeiramente gostaria de congratula-lo por seu artigo em destacar o papel que o cinema teve no esforço de analisar a realidade sobre a ditadura militar. Muito interessante o sr. Ressaltar que “Eles Não Usam Black Tie”, está inserido no processo de luta democrática que visavam o fim do regime. Além disso, destaco também a importância do debate que foi suscitado através do uso da análise fílmica, especificamente “Eles Não Usam Black Tie”, no ensino básico como ferramenta para confrontar vários olhares sobre o período da ditadura militar. Finalmente, deixo meus agradecimentos em acessar esse debate sobre uso de filmes em sala de aula no regime militar como recurso para ajudar as(os) estudantes a alicerçarem seus valores democráticos.
    Cordialmente,
    Fabrício José Pimenta de Araújo.

    ResponderExcluir
  2. Prezado Fabrício, fico contente em saber que compartilha comigo do interesse pelo cinema como objeto de análise voltado ao ensino de história. O filme Eles não usam black Tie tem sua origem na peça de Gianfrancesco Guarnieri saída do teatro de Arena, espaço de debate e de combatividade de pensamento que expressou muito bem as contradições entre classes e, também, internamente os próprios conflitos ideológicos da classe trabalhadora e, em especial, a questão da consciência de classe. Quando pensamos em luta democrática, logo vem a mente o papel de instituições e movimentos que levantaram bandeiras importantes para fortalecer o processo de abertura. A luta pela anistia, o fim da censura, do retorno ao sistema eleitoral democrático com a ideia do fim do bipartidarismo e outras reivindicações fez com que o cinema tivesse algumas falas, mesmo que contidas a favor do fim da ditadura. A obra de Guarnieri é importante pela riqueza do enredo, mas também pela força do roteiro e por interpretações que nos conduzem para os problemas que levanta e ajudam na reflexão sobre os ideais democráticos do passado e do presente.
    Paulo Roberto de Azevedo Maia

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.